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Credit Suisse prevê real mais forte

Banco elevou sua meta mencionando intervenção do Banco Central, aumentos das taxas de juros e menor preocupação com a China


	Trabalhador confere notas de R$ 100 produzidas na Casa da Moeda: segundo Credit Suisse, moeda brasileira vai saltar para US$ 2,15 em 12 meses
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Trabalhador confere notas de R$ 100 produzidas na Casa da Moeda: segundo Credit Suisse, moeda brasileira vai saltar para US$ 2,15 em 12 meses (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2013 às 17h08.

São Paulo - A Credit Suisse elevou sua meta de três meses para o real, de 2,30 a 2,20 por dólar, e disse que a moeda brasileira vai saltar para US$ 2,15 em 12 meses, mencionando a intervenção do Banco Central, os aumentos das taxas de juros para conter a inflação e a menor preocupação com a possibilidade de que a economia da China esteja caindo. Nomura disse que a moeda retornaria a "pelo menos" 2,20 por dólar, nas próximas semanas.

"Hoje, o Brasil e as outras moedas de mercados emergentes se tornaram atraentes de novo", disse Daniel Cunha, economista-chefe da XP Investimentos, por telefone do Rio de Janeiro.

O estrategista da Nomura, em Nova York, Tony Volpon, prevê que as previsões da empresa são de que o real vai ser negociado a 2,20 no final do ano e a 2,30 até o final de 2014.

Inflação do Brasil

"Partindo da suposição de uma melhora no cenário externo e/ou o Banco Central impedir um enfraquecimento da moeda acima de 2,30 reais por dólar, estamos ficando fundamentalmente otimistas", escreveu Bernd Berg, um estrategista de mercados emergentes da Credit Suisse, em Zurique, em um email aos clientes.

A inflação no Brasil acelerou para a maior alta em 20 meses e registrou, em junho, 6,70 por cento, superando a meta do Banco Central.

As taxas de swap caíram, ontem, já que os analistas cortaram suas perspectivas para a expansão econômica do Brasil, estimulando a especulação de que o Banco Central limitaria os aumentos nos custos de empréstimos.


Os economistas reduziram a previsão de crescimento de 2013, passando de 2,34 por cento, na semana passada, para 2,31, de acordo com a média de cerca de 100 estimativas em uma pesquisa do Banco Central publicada ontem. Eles reduziram a expectativa de inflação de 5,81 por cento para 5,80 por cento.

Outra redução

"O ganho do real é positivo para a inflação e está sustentando as taxas de swap", disse Luciano Rostagno, estrategista do WestLB do Brasil SA, em entrevista por telefone, de São Paulo.

Na semana passada, o Banco Central eliminou as exigências de capital que aumentaram os custos para os bancos para trazer recursos para o país através de empréstimos em moeda estrangeira feitos às suas subsidiárias no exterior. A iniciativa foi somada aos esforços do governo para desacelerar a queda do real diante da preocupação de que os EUA podem afrouxar o estímulo.

A agência de estatísticas da China informou que a economia do maior parceiro comercial do Brasil cresceu 7,5 por cento, no segundo trimestre em relação ao ano anterior, coincidindo com a previsão média de analistas consultados pela Bloomberg.

O presidente do Fed, Ben S. Bernanke, disse, na semana passada, que os EUA precisam de "política monetária altamente tranqüilizadora para um futuro previsível". Em 19 de junho, ele afirmou que o Banco Central dos EUA pode começar a desacelerar suas compras mensais de US$ 85 bilhões em títulos, neste ano, e acabar com as vendas em 2014, se o crescimento econômico atingir os objetivos políticos traçados".

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