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CPFL pode ser a única a abrir o capital neste momento

Há consenso entre especialistas de que os fatores domésticos, como desvalorização do real, inflação elevada, bolsa em queda, entre outros, tendem a impactar as demais ofertas


	“Faça chuva, faça sol, a oferta da CPFL Renováveis tem garantia firme de colocação e, por isso, deve sair”, avalia uma fonte de mercado
 (Divulgação)

“Faça chuva, faça sol, a oferta da CPFL Renováveis tem garantia firme de colocação e, por isso, deve sair”, avalia uma fonte de mercado (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2013 às 10h21.

São Paulo - Em meio à deterioração do cenário macroeconômico brasileiro, que tem feito as candidatas à abertura de capital reavaliarem suas estratégias, a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da CPFL Renováveis pode ser a única a sair do papel.

Isso porque a operação conta com um instrumento de “garantia firme de colocação” que, segundo apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, será dada pelo banco BTG Pactual.

Ou seja, caso o cenário desfavorável pese e a demanda dos investidores não seja suficiente, a garantia pode ser exercida. “Faça chuva, faça sol, a oferta da CPFL Renováveis tem garantia firme de colocação e, por isso, deve sair”, avalia uma fonte de mercado.

Na contramão da CPFL Renováveis, que tenta abrir capital pela segunda vez, a Votorantim Cimentos optou por suspender, por ora, seus planos. A justificativa, informada pela empresa no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nesta quarta-feira, 19, é de que a operação foi adiada em função das condições de mercado.

Além do cenário econômico, o fato de o grupo Votorantim estar enfrentando problemas societários também reduziu o apetite dos investidores. Oficialmente, a Votorantim Cimentos ainda não se pronunciou sobre a decisão.

Nesta quarta-feira, 19, terminaria o prazo de reserva junto aos investidores, sendo que o término das apresentações e da precificação das ações estava previsto para a quinta-feira, 20. Os coordenadores da oferta são BTG, Credit Suisse, Itaú BBA, JPMorgan e Morgan Stanley.


Incertezas

Há consenso entre especialistas de que os fatores domésticos, como desvalorização do real, inflação elevada, bolsa em queda, entre outros, tendem a impactar as demais ofertas que estavam na fila. “

A decisão das empresas tem relação apenas com o momento atual que, de algumas semanas para cá, passou a ser de pessimismo e instabilidade. A Bolsa veio derretendo e isso afugenta investidores”, diz Flávia Turci, sócia-fundadora da Turci Advogados, especialista em mercado de capitais.

Segundo ela, não é surpresa que os negócios venham andando para trás. Enquanto o mercado não se acalmar as ofertas não devem decolar. “O mercado é quem dita (se as operações seguem adiante), não a decisão da Votorantim”, afirma Flávia.

Nesse contexto, o mercado já comenta a possibilidade de a terceira maior companhia aérea do País, a Azul Linhas Aéreas, também recuar na tentativa de captar R$ 1 bilhão em um IPO. O fechamento das janelas, citado por especialistas, pode impactar também as ofertas subsequentes.


Atualmente, estão previstas as ofertas da Klabin, Via Varejo e MPX. O diretor geral da Klabin, Fabio Schvartsman, já disse, em teleconferência com analistas, que a operação não será realizada se o mercado não apresentar as condições necessárias. Há ainda a operação da Tupy, companhia do setor de fundição, que também pode não sair.

Com a confirmação da suspensão do IPO da Votorantim Cimentos e se confirmada também o da Azul, subirá para quatro o número de candidatas que recuaram na tentativa de abrir capital em 2013. Antes, Vix Logística e Cedae, empresa estatal de saneamento do Rio, já tinham cancelado ofertas.

Em comunicado, a Azul disse que mantém a intenção de abrir seu capital e que tem acompanhando de perto o mercado para determinar o melhor momento, “o qual ainda não está definido”. Procurada, CPFL Renováveis não retornou até o fechamento desta edição. Colaboraram Wellington Bahnemann, Luciana Collet e André Magnabosco.

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