Rubens Ometto: empresário pode abrir mão de seu poder de voto na Cosan (Germano Luders)
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 08h51.
Analistas preveem que as ações da Cosan Ltd., sócia da Royal Dutch Shell Plc. na maior processadora de cana-de-açúcar do mundo, vão disparar com o plano do bilionário Rubens Ometto de abrir mão de seu poder de voto 10 vezes maior do que os demais acionistas.
O desconto que investidores exigem para deter ações da holding internacional em relação à unidade operacional Cosan SA Indústria e Comércio pode desaparecer, em comparação com cerca de 13 por cento atualmente, segundo a HSBC Holdings Plc. e o Banco do Brasil SA.
A companhia, com sede nas Bermudas, tem como único ativo uma fatia de 59,3 por cento na Cosan SA, sediada em São Paulo. A holding internacional valia US$ 4,54 bilhões em 14 de dezembro, enquanto a fatia valia 2,2 por cento a mais, ou US$ 4,64 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Ometto, que transformou a Cosan em um conglomerado de açúcar e combustíveis através de 10 aquisições em cinco anos, busca simplificar a estrutura de controle depois de desagradar acionistas ao criar a Cosan Ltd. em 2007 para vender US$ 1,1 bilhão em ações sem diluir sua posição. No mês passado, ele disse que em 2013 irá anunciar um plano detalhado para deixar de negociar em bolsa uma das duas empresas. Os acionistas devem esperar o plano antes de comprar as ações, disse Pedro Herrera, do HSBC.
“É um desconto punitivo que tende a zero se o Rubens for em frente com o plano”, disse Herrera em entrevista por telefone. “O Rubens quer deixar esse passado de problemas com acionistas e governança corporativa para trás.”
A diferença de valor de mercado entre as duas empresas caiu em relação aos cerca de 35 por cento de quando a companhia foi criada em 2007, disse Herrera. A Cosan SA é negociada a 22,9 vezes os lucros previstos para o próximo ano, comparado com 19,7 vezes da holding, segundo dados compilados pela Bloomberg.