Mercados

Coronavírus: as ações que mais caíram e as que mais subiram em fevereiro

Avanço da doença ofusca resultados positivos apresentados pelas companhias

Bolsa: Ibovespa tem maior queda mensal em XX meses e decepciona otimismo de investidores (Getty Images/Getty Images)

Bolsa: Ibovespa tem maior queda mensal em XX meses e decepciona otimismo de investidores (Getty Images/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 28 de fevereiro de 2020 às 19h46.

Última atualização em 28 de fevereiro de 2020 às 21h37.

O coronavírus (Covid-2019) se alastrou para os cinco continentes e infectou o mercado financeiro. Fevereiro chega ao fim com 84 mil infectados pela nova doença e perdas trilionárias nas bolsas de valores do mundo todo. No Brasil, onde a primeira infecção foi confirmada nesta semana, o Ibovespa terminou o mês com perdas de 8,43% - a maior queda mensal desde maio de 2018. O pessimismo desenfreado também pressionou o mercado de câmbio e fez o dólar disparar 4,56% frente ao real no mês.

Em período de divulgação de balanços do quarto trimestre de 2019, os resultados positivos apresentados pelas empresas foram ofuscados pelo avanço dos casos de coronavírus fora da China, que já ultrapassam 5 mil. Entre os componentes do principal índice da B3, somente três ações fecharam em alta no mês. A liderança do índice, as ações da Marfrig subiram 10,03% - embora tenham caído 13,72% nos últimos três pregões.

A fabricante de motores WEG animou os investidores após o lucro líquido do quarto trimestre  ficar cerca de 25% acima das expectativas. Mesmo assim, os papéis da empresa fecharam fevereiro em alta de 9,49% - o segundo melhor desempenho mensal do Ibovespa.

Com o aumento das restrições de fluxo de pessoas, as ações de empresas ligadas ao setor de viagens foram as que mais sofreram com avanço do coronavírus. Maior agência de turismo do país, a CVC amargou a pior desvalorização do mês entre os componentes do Ibovespa. Com depreciação de 29,51% em fevereiro, as ações da companhia ampliaram a queda acumulada no ano para 41,26%. 

“Com a China fechada, a CVC perde vendas de pacotes para Xangai e Pequim. Já o destino mais vendido, para Orlando, é impactado pela alta do dólar. É muito difícil saber onde é o fundo do poço”, disse Murilo Breder, analista da Levante.

As companhias aéreas também passaram por forte desvalorização no período, acumulando as maiores quedas desde que o primeiro caso de coronavírus foi confirmado no Brasil. No mês, as ações da GOL despencaram 25,26% e da Azul, 25,01%. Somente na última semana de fevereiro, os papéis da GOL e da Azul desabaram 25,60% e 20,14%, respectivamente. 

As ações da resseguradora IRB Brasil, embora menos afetada pela onda de coronavírus, também figuraram entre as maiores baixas, recuando 25,83% no mês. A queda foi incentivada, principalmente, pela gestora Squadra, que afirmou em duas cartas públicas que há indícios de que os lucros recorrentes da companhia sejam “significativamente inferiores aos lucros contábeis reportados”.

Apesar das sérias acusações, o megainvestidor Warren Buffett triplicou sua posição na IRB, o  que contribuiu para que os papéis da empresa fossem os únicos a fecharem em alta na última semana.

Os papéis da Ultrapar também se mostraram um péssimo investimento no curto prazo, recuando 23,50% no mês. Um dos maiores motivadores da queda foi o prejuízo de 593 milhões de reais apresentado pelo grupo em balanço do quarto trimestre. 

“A performance nas diferentes linhas de negócio do grupo pode ter desapontado investidores que esperavam uma recuperação mais rápida dos resultados com a retomada gradual da economia”, afirmaram analistas da XP Investimentos em relatório. 

Acompanhe tudo sobre:bolsas-de-valoresCoronavírusIbovespaMercado financeiro

Mais de Mercados

Ternium x CSN: Em disputa no STF, CVM reforça que não houve troca de controle na Usiminas

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida