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CONSOLIDA-Quadro externo faz dólar cair ante real, apesar de IOF

Japão corta juro para praticamente zero Mercado ainda espera mais estímulos nos EUA Mantega diz que é preciso esperar para ver efeito do IOF Por Silvio Cascione SÃO PAULO, 5 de outubro (Reuters) - O corte do juro no Japão a praticamente zero e a expectativa de mais estímulos nos Estados Unidos derrubavam o dólar […]

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2010 às 10h02.

  • Japão corta juro para praticamente zero

  • Mercado ainda espera mais estímulos nos EUA

  • Mantega diz que é preciso esperar para ver efeito do IOF

    Por Silvio Cascione

    SÃO PAULO, 5 de outubro (Reuters) - O corte do juro no
    Japão a praticamente zero e a expectativa de mais estímulos nos
    Estados Unidos derrubavam o dólar nesta terça-feira, ofuscando
    o aumento do imposto sobre o capital estrangeiro no Brasil.

    Às 12h58, a moeda norte-americana recuava 1,0 por
    cento, a 1,675 real, mantendo-se nas mínimas desde setembro de
    2008, antes da quebra do banco Lehman Brothers que agravou a
    crise financeira global.

    No exterior, o euro avançava mais de 1 por cento,
    acima de 1,38 dólar. A moeda dos Estados Unidos caía 0,8 por
    cento em relação a uma cesta com as principais divisas .

    Na véspera, em uma tentativa de frear a entrada de capital
    estrangeiro no país, o governo elevou o imposto sobre
    investimento externo em renda fixa de 2 para 4 por cento.

    Mas a decisão encarece pouco a aplicação de estrangeiros no
    país. De acordo com cálculos da Safra Corretora, a
    rentabilidade anual de um investimento em títulos com
    vencimento em 2017 passa de 11,34 a 10,97 por cento, ainda
    muito acima dos juros pagos por papéis em economias
    desenvolvidas.

    Além disso, a tomada de crédito no exterior para aplicação
    no Brasil ficou ainda mais barata com o corte do juro básico no
    Japão a uma faixa entre zero e 0,1 por cento [ID:nN05170854].

    A medida, que surpreendeu o mercado, aumentou a expectativa
    por novos estímulos também nos Estados Unidos. Na véspera, o
    chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, disse que a expansão
    das compras de ativos pelo banco central poderia ajudar a
    fomentar o crescimento da economia [ID:nN04150255].

    "O mercado vê (o aumento do IOF) como inócuo diante do
    cenário externo", disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe da
    CM Capital Markets.

    Questionado por jornalistas, o ministro da Fazenda, Guido
    Mantega, disse em Brasília que é preciso esperar para que o IOF
    faça efeito.

    MAIS MEDIDAS?

    Analistas, no entanto, já imaginam que o governo apresente
    outras medidas para fazer frente à valorização do real.

    Para Marcelo Carvalho, chefe de pesquisa econômica para
    América Latina do BNP Paribas, entre as opções para o governo
    estão um novo aumento do IOF, extensão da nova alíquota para
    ações, adoção de algum tipo de quarentena, reforço da
    intervenção do Banco Central no mercado ou compra de dólares
    por meio do Fundo Soberano.

    Ainda assim, aponta, "suspeitamos que os fundamentos (tanto
    no mundo quanto no Brasil) vão orientar a tendência do dólar ao
    longo do tempo."

    A intervenção de governos em todo o mundo contra a
    valorização de suas moedas deve ser discutida no final desta
    semana em reunião de líderes econômicos que contará com a
    participação do Brasil.

(Reportagem adicional de Isabel Versiani; Edição de Daniela
Machado)

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