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Conselho da Petrobras se reúne para avaliar indicação de Prates para presidência

Expectativa é de aprovação, mas nomeação definitiva para o cargo pode demorar mais um mês

Jean Paul Prates: Segundo fontes, o nome de Prates deve ser aprovado por maioria (Waldemir Barreto/Agência Senado/Flickr)
Drc

Da redação, com agências

Publicado em 26 de janeiro de 2023 às 06h20.

Última atualização em 26 de janeiro de 2023 às 06h26.

O Conselho de Administração da Petrobras(PETR3/PETR4) se reúne nesta quinta-feira, 26, para dar início ao processo de mudança de gestão na estatal. O colegiado vai analisar o nome do senador Jean Paul Prates (PT-RN) para a presidência da empresa. O encontro está marcado para começar às 9h.

Na reunião, os conselheiros vão analisar o parecer do Comitê de Elegibilidade (Celeg), que se reuniu na última terça-feira para validar a indicação de Prates aos cargos de Conselheiro de Administração e Presidente da Petrobras com base nas regras de governança da companhia.

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Pelas regras da estatal, o nome de Prates precisa ser aprovado primeiro para membro do conselho. Em seguida, é nomeado presidente interino da companhia até a realização de uma assembleia geral de acionistas, quando poderá ser formalmente nomeado para o cargo. A assembleia precisa ser convocada com um mês de antecedência.

Hoje a estatal é chefiada pelo diretor executivo de Desenvolvimento da Produção, Henrique Rittershaussen. Ele assumiu o comando da empresa de forma interina com a saída de Caio Mário Paes de Andrade, que foi para o governo de São Paulo.

Segundo fontes, o nome de Prates deve ser aprovado por maioria. Ainda de acordo com essa fonte, seis dos dez conselheiros devem votar a favor. Uma outra pessoa ligada ao alto comando da estatal destacou que Prates precisa renunciar ao cargo de Senador, já que seu mandato vai até o fim deste mês.

Desde que o nome de Prates foi anunciado para o cargo, especialistas questionaram se haveria algum tipo de impedimento por conta da Lei das Estatais, que veda a participação, em Conselho de Administração e em diretoria, "de pessoa que atuou, nos últimos 36 (trinta e seis) meses, como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral". O estatuto da estatal reproduz na íntegra o que prevê a Lei das Estatais.

Mas fontes ligadas ao no alto comando da estatal não identificaram impedimento ao nome de Prates. Segundo a análise,e ele não participou, quando concorreu ao cargo de prefeito em Natal, no Rio Grande do Norte - em 2020 e que perdeu -, "da organização, estruturação e realização da campanha eleitoral". Segundo uma fonte, há uma diferença entre ser candidato e organizador da campanha.

Quem é Jean Paul Prates

Atuante nas áreas de petróleo, gás natural, biocombustíveis, energia renovável e recursos naturais há mais de duas décadas, Prates se tornou senador após a renúncia de Fátima Bezerra, em 2019, de quem era suplente.

Aos 54 anos, Prates teve forte atuação na área de energia ao longo do seu mandato no Senado sendo relator de projetos como o que estabeleceu a cobrança em única etapa do ICMS sobre combustíveis e de um projeto que cria um fundo de estabilização para o preço de combustíveis. Participou do grupo de transição em energia do governo Lula.

Prates realiza encontros no Rio

Prates está no Rio de Janeiro desde a última quinta-feira, 19, e tem feito uma série de reuniões, dentro e fora da empresa, para conhecer a real situação da companhia. Nesta segunda-feira, 23, esteve com o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.

De acordo com o sindicalista, foram apresentadas a Prates as projeções que a entidade faz para a estatal, como voltar a atuar na petroquímica; investir na ampliação das refinarias e talvez construção de uma nova unidade; acelerar a conclusão da Rota 3 para estimular o mercado de gás natural; e resgatar as unidades de fertilizantes nitrogenados da companhia.

Em parceria com a iniciativa privada, a FUP prevê a entrada da Petrobras na produção de hidrogênio verde e de energia eólica offshore. "Outro ponto importante é a Petrobras voltar a ajudar a indústria nacional, e a melhor forma é fazer encomendas à indústria naval brasileira. Já tem 15 FPSOs (plataforma flutuante) encomendadas fora do País, queremos pelo menos conseguir que os estaleiros no Brasil participem de alguma forma", disse Bacelar ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Ainda na área naval, a FUP avalia que o papel da Petrobras seria investir na produção de navios no Brasil, aumentando a geração de empregos. Para isso, poderia substituir parte da frota da Transpetro, hoje em grande parte afretada. "A indústria naval tem um papel importante no crescimento da economia, na geração de empregos", destaca Bacelar.

A entidade aproveitou também o encontro para solicitar a volta de uma mesa de negociações com os empregados, "que respeite a negociação sindical, o que não ocorre há sete anos", segundo o sindicalista, e a recuperação de perdas salariais durante o mesmo período.

Com agência O Globo e Agência Estado.

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