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Como seria a cara da Bovespa com Aécio presidente

De acordo com especialistas, após a disparada de hoje, a Bolsa pode mostrar ainda mais fôlego num cenário de oposição no poder


	 O mercado está insatisfeito com o governo atual e enxerga no Aécio uma mudança econômica
 (Paulo Whitaker/Reuters)

O mercado está insatisfeito com o governo atual e enxerga no Aécio uma mudança econômica (Paulo Whitaker/Reuters)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 6 de outubro de 2014 às 16h07.

São Paulo - A surpreendente virada de Aécio Neves (PSDB) no primeiro turno fez com que o mercado se animasse nesta segunda-feira. Um dia após as eleições, o Ibovespa chegou a disparar 7%, com ações da Petrobras exibindo ganhos de 17%. Mas, como o índice se comportaria caso o candidato do PSDB chegasse realmente à presidência?

Para o analista da Ativa Corretora, Lenon Borges, caso Aécio seja eleito, a previsão é de uma alta adicional na Bolsa. Para ele, o mercado está insatisfeito com o governo atual e enxerga no Aécio uma mudança econômica. Neste cenário, Borges aposta que a Bolsa fique entre 60 mil e 65 mil pontos, um alta potencial de 13%.

“O mercado espera que ele consiga controlar as contas públicas. O governo atual está longe da meta de superávit primário. E isso preocupa e afasta os investimentos”, explica o analista.

Borges afirma ainda que os investidores estão acreditando que a equipe econômica escolhida por Aécio saiba lidar melhor com o cenário externo. “A equipe, com Armínio Fraga como ministro da Fazenda, foi bem recebida pelo mercado.”

Já o economista da Gradual Investimentos, André Perfeito, afirma que, no curto prazo, a Bolsa tende a subir. A escalada do Ibovespa deve acontecer antes que o segundo turno se consolide. Ou seja, antes do 26 de outubro a bolsa pode avançar consideravelmente, com o mercado antecipando uma possível vitória de Aécio. “Se o Aécio ganhar, a Bolsa subirá antes e não no dia seguinte à eleição”, explica Perfeito.

Muita calma nessa hora

No entanto, ainda é cedo para saber como a Bolsa reagirá, pois vai depender de como o candidato do PSDB irá se posicionar daqui em diante. Perfeito aponta também que o presidenciável tem mostrados sinais dúbios em relação a alguns temas, como fator previdenciário e reajuste do salário mínimo.

“É tudo muito especulativo porque ele ainda está em campanha. Ele tem dado sinais truncados. O mercado está animado por conta de uma leitura ruim do governo Dilma e, não especificamente por ele”, avalia.

Quem se beneficia...

Caso Aécio ocupe o tão desejado cargo de presidente, alguns setores devem ser beneficiados na Bolsa, como setor bancário e o de petróleo e gás.

De acordo com Borges, o setor bancário sofreu nos últimos anos com o intervencionismo do governo do PT, que forçou a redução da taxa de juros. “Só hoje, o Banco do Brasil chegou a subir 19% com Aécio no segundo turno”, lembra Borges.

Outra empresa que deve recuperar o fôlego é a Petrobras, com o reajuste da gasolina. O analista aponta ainda a GOL como uma das beneficiadas, já que o dólar tende a cair frente o real, reduzindo o custo da empresa.

...e quem se dará mal

Mas se o dólar caindo beneficia alguns, ele atrapalha outros, como é o caso das empresas e papel e celulose e Embraer, já que são companhias exportadoras.

Perfeito aponta ainda que o setor de serviços também seria prejudicado inicialmente, pois para controlar a inflação, Aécio Neves deve tentar controlar os gastos das famílias.

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