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Com Trump, dólar deve fechar em R$ 3,60 em 2016

Em relação às moedas fortes, economista afirma que o dólar deve perder força, pelo menos nesse primeiro momento

Câmbio: desvalorização do real pode impactar a inflação em 2017 e 2018 (Foto/Thinkstock)

Câmbio: desvalorização do real pode impactar a inflação em 2017 e 2018 (Foto/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de novembro de 2016 às 10h06.

São Paulo - O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, avalia que a vitória de Donald Trump na eleição para a presidência dos Estados Unidos vai gerar uma grande indefinição no curto prazo no mundo. Perfeito considera que a reação natural será a fuga para ativos mais seguros, como o dólar.

Dessa maneira, o Brasil deve sofrer com a depreciação do câmbio. Com a vitória de Trump, Perfeito alterou sua projeção para a moeda americana no final deste ano, de R$ 3,30 para R$ 3,60.

Em relação às moedas fortes, Perfeito afirma que o dólar deve perder, pelo menos nesse primeiro momento. "Está todo mundo com medo, ninguém sabe quem o Trump é."

A desvalorização do real pode impactar a inflação em 2017 e 2018, o que, segundo Perfeito, pode levar o Banco Central a ser ainda mais cauteloso na flexibilização da política monetária.

"Se o real se depreciar fortemente, BC terá mais cautela para cortar juros. O interregno benigno no mercado internacional já não está tão benigno assim", afirmou.

Para 2016, no entanto, o economista considera que a mudança na política norte-americana não deve impactar mais a inflação.

Além da depreciação do câmbio, Perfeito considera que a Bolsa brasileira vai cair, mas, segundo ele, já haveria realização no fim deste ano, pois tanto a Bolsa teve grandes ganhos em 2016 quanto o dólar caiu bastante.

Perfeito ainda afirma que o resultado da eleição nos EUA coroa a descoordenação política vista no mundo atualmente. Ele ainda disse que é preciso agora ver quem é o verdadeiro Trump, porque até agora o presidente eleito foi um personagem.

Segundo o economista, o momento agora é de grande indefinição e que é preciso esperar para saber, por exemplo, qual será a equipe econômica para dar uma ideia melhor de como será o mandato de Trump.

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