Com saque de R$ 500 do FGTS, Via Varejo sobe 5% e ajuda Ibovespa
Ações ligadas ao consumo tiveram dia positivo em meio a liberação de recursos; Cielo e BR Distribuidora também foram destaques
Tais Laporta
Publicado em 24 de julho de 2019 às 17h12.
Última atualização em 24 de julho de 2019 às 18h40.
A rede de móveis e eletrodomésticos Via Varejo avançou mais de 5% na bolsa nesta quarta-feira (24), ganhando força após o governo anunciar a liberação de um saque imediato de até 500 reais por conta do FGTS e a ampliação na distribuição dos resultados do fundo. Com isso, a empresa já acumula ganhos de 67% no ano. Outras empresas ligadas ao setor de consumo também ganharam um impulso na sessão.
A varejista Magazine Luiza teve valorização de mais de 1% nos papéis, enquanto B2W , das Lojas Americanas, avançou acima de 2%. O setor de varejo deve ser diretamente beneficiado pela liberação dos recursos, que deve alcançar 96 milhões de trabalhadores.
O fôlego extra das ações de varejo ajudou a impulsionar o principal índice de ações da B3, o Ibovespa, que fechou em alta de 0,40%, aos 104.119 pontos. A sessão foi marcada por desempenhos mistos entre as blue chips, com a mineradora Vale em baixa de mais de 2% e a estatal Petrobras em alta nas ações ordinárias e baixa nas preferenciais.
Dólar cai a R$ 3,76
O dólar caiu 0,10% ante o real, a 3,7691 reais, num dia negativo para a moeda norte-americana no mundo, com investidores no aguardo de nova rodada de corte de juros pelos principais bancos centrais, o que pode beneficiar moedas emergentes. Sinal disso, o prêmio de risco do Brasil voltou a cair a níveis mínimos perto de cinco anos, reflexo do menor receio do investidor em aplicar no mercado local. O prêmio de risco e o dólar costumam andar alinhados.
Outros destaques do dia
A empresa de combustíveis BR Distribuidora subiu após a Petrobras aprovar a venda de fatia adicional de 30% na empresa de combustíveis por 8,56 bilhões de reais, em negócio que poderá envolver até 9,6 bilhões de reais se também for negociado um lote adicional de ações. A venda tira da Petrobras o controle da BR e é mais um passo no programa de desinvestimentos na estatal.
A ação da WEG subiu 1,86%, após a fabricante de motores elétricos e tintas industriais divulgar alta de 15,6% no lucro líquido do segundo trimestre sobre um ano antes, a 389 milhões de reais, apoiada em crescimento de exportações e melhoras operacionais. Analistas do Itaú BBA consideraram os números sólidos.
O lucro abaixo do esperado não abalou a convicção dos investidores na Cielo nesta quarta-feira (24). As ações da líder do mercado de maquininhas no país subiam ao redor de 12% nesta tarde, negociadas a R$ 7,57. Mais cedo, os papéis abriram os negócios em baixa de mais de 1%.
A companhia divulgou na véspera um lucro líquido do segundo trimestre 33% menor que no ano anterior, de R$ 431 milhões, bem abaixo das expectativas.Sobre o balanço da empresa, pesaram a competição acirrada da guerra das maquininhas e maiores gastos com pessoal. Veja por que a ação da Cielo avançou .
Na véspera, as ações da Cielo caíram mais de 3% antes da divulgação do balanço, com o mercado já à espera de números não tão favoráveis. Apesar do desempenho aquém do esperado, a empresa de serviços financeirosestá tentando enxergar o copo meio cheio. O que realmente importa para a empresa depagamentosno momento, segundo o presidente Paulo Caffarelli, é o crescimento de 14% em sua base ativa de clientes e de 9% no volume financeiro transacionado, na comparação com o mesmo período do ano passado, o melhor desempenho desde o fim de 2017.
Com o Bradesco e o Banco do Brasil dividindo o controle da empresa, fica mais difícil para ela reagir, concluíram analistas do BTG Pactual em relatório. "Lucros em queda e perda de participação e valor de mercado impactam a companhia. Enquanto ela se reestrutura diante da nova realidade, acreditamos que a Cielo está fazendo tudo o que pode ser feito agora: a luta por market share e a tentativa de manter os clientes", escreveram.