A Moody's também disse que a aprovação no Congresso do aumento do limite do endividamento no dia 2 de agosto é um "passo dado numa boa direção, o da redução do déficit" ( Karen Bleier/AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de agosto de 2012 às 17h48.
São Paulo - O dólar encerrou em leve queda ante o real nesta quarta-feira, após dados mistos nos Estados Unidos e com investidores sem enxergar mudanças significativas no cenário externo, onde ainda persiste expectativa por medidas de estímulo por parte dos bancos centrais.
A moeda norte-americana caiu 0,18 por cento, cotado a 2,0230 reais na venda. Durante o dia, a moeda teve pouca volatilidade, ficando entre 2,0195 e 2,0310 reais.
Operadores ainda destacam que o dólar continua tendo oscilações modestas e baixo volume de negócios, ainda preso à banda informal imposta pelo governo, tendência que pode continuar nos próximos dias.
"O mercado, em geral, é mais do mesmo e os volumes têm diminuído", disse o diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros.
Entre os indicadores divulgados nos Estados Unidos, a produção industrial subiu 0,6 por cento em julho, superando a expectativa de 0,5 por cento e trazendo algum otimismo. Por outro lado, o índice de condições gerais das empresas "Empire State" recuou para 5,85 negativos, ante 7,39 em julho, ficando aquém da expectativa de 6,5.
Por sua vez, os preços ao consumidor dos Estados Unidos ficaram estáveis em julho pelo segundo mês seguido, o que ainda dá ao Federal Reserve, banco central norte-americano, espaço para implementar medidas de estímulo monetário para combater o alto desemprego do país.
O mercado também deve aguardar que o Banco Central Europeu (BCE) possa agir em setembro, por meio de compra de títulos da Espanha e Itália, por exemplo, além de acompanhar se a medida vai ser aprovada pelos países da zona do euro.
Nesta quarta-feira o ministro da Economia da Alemanha, Philipp Roesler, ressaltou que qualquer compra de bônus de países como Espanha e Itália pelo BCE precisa estar relacionada a compromissos claros de reformas estruturais e disciplina orçamentária.
Diante disso tudo, o dólar deve continuar oscilando dentro de uma banda informal entre 2 e 2,10 reais, que foi estabelecida após declarações de autoridades do governo e atuações do Banco Central.
"A tendência é que a moeda continue nesses patamares, só com movimentos pontuais. Essas variações de 0,20 e 0,30 por cento são normais e sabemos que, se chegar perto de 2 reais, o BC pode entrar no mercado comprando dólares", disse o operador de câmbio da B&T Corretora de Câmbio Marcos Trabbold.