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Com bancos e Vale, Ibovespa atinge nova máxima desde fevereiro

Expectativa de vacinas e dados das principais economias do mundo impulsionam mercado global de ações

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 1 de dezembro de 2020 às 09h19.

Última atualização em 1 de dezembro de 2020 às 18h24.

O Ibovespa superou os 111.000 pontos nesta terça-feira, 1, em linha com a alta do mercado internacional, após investidores terem dado uma pausa no rali para realização de lucros no início da semana. No radar, estiveram os avanços de vacinas, dados econômicos positivos da China e sinalizações sobre estímulos nos Estados Unidos. O índice avançou 2,30%, para 111.399 pontos, máxima que não era ultrapassada desde o dia 26 de fevereiro.

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Os investidores seguiram animados com a possibilidade de a vacinação começar nos Estados Unidos ainda neste ano, o que mitigaria os efeitos da segunda onda de coronavírus na maior economia do mundo. Na noite de segunda-feira, o vice-presidente Mike Pence disse que a distribuição das vacinas irá começar daqui a duas semanas. A Pfizer e a Moderna já entraram com pedido de autorização para que suas vacinas comecem a ser utilizadas no país em larga escala.

Outro ponto positivo foi a declaração do presidente eleito Joe Biden, que solicitou ao Congresso americano nesta terça-feira que aprove um pacote de alívio ao coronavírus que está paralisado há meses. Biden também prometeu mais ações para reativar a economia depois que assumir o cargo no mês que vem.

Os três principais índices americanos repercutiram as notícias do dia e fecharam em alta. O Dow Jones subiu 0,63%, enquanto o S&P500 registrou ganhos de 1,13%. O Nasdaq avançou 1,28%.

As esperanças de que a pandemia pode terminar em breve também impactaram os mercados na Europa.  Isso porque a Pfizer iniciou a busca para aprovação emergencial do regulador europeu para sua candidata à vacina contra a Covid-19, enquanto a Moderna anunciou que iria solicitar ao regulador a recomendação para aprovação condicional de seu imunizante.

Os anúncios colocaram o índice pan-europeu STOXX 600 de volta à rota positiva, encerrando o pregão desta terça-feira em alta de 0,65%. O índice encerrou novembro com ganhos de quase 14%.

 

No campo da recuperação econômica estiveram em foco os Índices de Gerentes de Compras (PMIs). Divulgado nesta manhã, o PMI industrial da Zona do Euro ficou em 53,8 pontos, maior que os 50 pontos que delimitam a expansão da contração da atividade econômica e acima da expectava de 53,6 pontos. Na Alemanha e no Reino Unido, o PMI industrial foi ainda maior, de 57,8 pontos e 55,6 pontos.

No Brasil, o PMI de manufatura referente ao mês de novembro também veio forte, em 64 pontos. Mas o PMI que ganhou mais relevância entre os investidores foi o da China, que ficou em 54,9 pontos ante os 53,5 pontos esperados.

"É um dado importante e muito positivo para as empresas que exportam para a China, como a Vale (VALE3) e as companhias de papel e celulose", afirma Eduardo Plastino, responsável pela mesa de renda variável da Unnião Investimentos. Com alta superior a 4%, os papéis da mineradora, com peso de 10% no Ibovespa, é uma das grandes responsáveis pela alta do índice.

Outras blue chips, como as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4), Ambev e grandes bancos também sobem e contribuem para a alta do Ibovespa. Entre esses papéis, o do banco Santander (SANB11) é o maior destaque positivo, com alta de 7,79%. O papel é seguido de perto pelo da EcoRodovias (ECOR3), que sobe 7,65%.

O bom humor dos mercados fora e dentro do Brasil continua a impulsionar o movimento de rotação para ações empresas que mais sofreram com a pandemia volta a ocorrer. O resultado é que ações de bancos, administradoras de shoppings centers e concessionárias de rodovias figuraram entre as maiores valorizações do índice. Por outro lado, ações de empresas ligadas ao e-commerce e de tecnologia, como Totvs (TOTS3) e Locaweb (LWSA3) se desvalorizaram.

"Estamos vendo movimentos muito parecidos nos últimos dias. Isso porque os grandes players do mercado demoram dias - às vezes semanas - para trocar de posições", comenta Plastino.

O viés comprador na bolsa paulista ainda foi apoiado por declaração do presidente Jair Bolsonaro, de que não é possível "perpetuar" benefícios concedidos por conta da pandemia e acrescentou que é necessário definir a situação.

Câmbio

O tom positivo também foi observado fortemente no mercado de câmbio, com uma onda de investidores se desfazendo de posições defensivas em dólar e comprando moedas emergentes. O real liderou os ganhos entre as principais divisas globais, mas foi seguido de perto por vários rivais que se beneficiam de esperanças de recuperação econômica global.

O dólar à vista caiu 2,22%, a 5,2282 reais na venda, menor patamar para um encerramento desde 31 de julho de 2019, quando foi negociado a 5,2185 reais. A moeda oscilou em queda durante todo pregão, variando entre 5,3304 reais (-0,30%) e 5,2174 reais (-2,42%).

Com a baixa desta terça, a cotação terminou abaixo de sua média móvel de 200 dias (5,3088 reais), rompendo uma importante marca técnica durante a sessão --movimento que, segundo analistas, retroalimentou as vendas. A divisa não fechava abaixo dessa média móvel também desde 31 de julho de 2019.

(Com Reuters)

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