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Churrasco voltou a ser apetitoso na bolsa, diz HSBC

Analistas projetam um futuro melhor para o setor de proteínas

Real desvalorizado irá impulsionar as exportações com a recuperação da competitividade (Germano Lüders/EXAME.com)

Real desvalorizado irá impulsionar as exportações com a recuperação da competitividade (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2012 às 15h05.

São Paulo – Depois de um ano de pouco brilho para o setor, as ações das produtoras de carnes e derivados na bolsa têm um futuro melhor pela frente. Essa é a visão do HSBC revelada em um relatório publicado esta semana e que conta com a revisão dos números para as principais companhias do segmento.

“Após um longo período de preços de gado em alta e margens fracas, acreditamos em tempos melhores à frente para os produtores de carne bovina brasileiros. O consumo doméstico e as exportações são sólidos e os preços do gado estão voltando a níveis razoáveis”, analisam Pedro Herrera, Diego Maia e Ravi Jain.

Segundo eles, o real desvalorizado irá impulsionar as exportações com a recuperação da competitividade e a participação de mercado perdida. Já nos EUA, onde a JBS possui operações, os preços do gado ainda continuam em alta com a redução dos rebanhos no país. “Ainda observamos risco de alta do milho, pois os estoques estão baixos e a oferta está apertada”, ressaltam.

Brasil Foods: aposta preferida

O HSBC lembra que a empresa sofreu com as incertezas sobre a troca de ativos com a Marfrig e a expectativa de lucro mais modestos para os próximos dois trimestres. “A BRF foi afetada pela alta volatilidade do real no quarto trimestre de 2011e pela crescente concorrência dos produtores de aves americanos nos principais mercados exportadores”, destacam.

“Esperamos que a BRF divulgue margens melhores no segundo trimestre de 2012 e acreditamos em uma recuperação no segundo semestre, motivada parcialmente pela desvalorização do real”, afirmam. A recomendação “overweight” – alocação acima da média - foi reiterada e o preço-alvo elevado de 42 reais para 45 reais.

Minerva: ação elevada

O banco avalia que após um longo período de pressão nos custos afetando as margens dos produtores de carne bovina há agora um espaço para uma reviravolta. 


“Não apenas a alta recorde na produção de novilhos dos anos anteriores está chegando ao mercado, mas as margens dos pecuaristas caíram a um nível que é mais lucrativo vender vacas para abate para colocação em confinamento do que mantê-las para expansão do rebanho”, apontam.

A recomendação foi elevada de “neutral” para “overweight” e o preço-alvo passou de 5,40 reais para 8 reais. “Como a Minerva é a empresa mais exposta ao segmento de carne bovina do Brasil, acreditamos em um desempenho superior em 2012”, analisam.

JBS: recomendação neutra

A indicação para as ações do JBS foi mantida em neutra, mas o preço-alvo ampliado de 7,50 reais para 9 reais. “Nossa expectativa é de margens de estáveis a ligeiramente inferiores para o segmento de carne bovina da JBS EUA em 2012. E apesar de reconhecermos a melhoria nos fundamentos de aves dos EUA e a possibilidade do retorno da lucratividade do segmento em 2012, acreditamos que levará um tempo até a recuperação das margens aos níveis históricos de 6-8%”, alertam os analistas.

Marfrig: rebaixada apesar de reestruturação

O processo de revisão das operações tem sido boa para a Marfrig, mas ainda não é suficiente para uma aposta em suas ações. “Apesar dos recentes desinvestimentos, a alavancagem permanece alta em um índice dívida líquida/EBITDA de 3,7 vezes estimado para o final de 2012”, afirmam. A recomendação foi reduzida de “neutral” para “underweight” – alocação abaixo da média. O preço-alvo foi elevado de 8,50 reais para 11,50 reais.

“Estimamos que a alta acumulada recente foi motivada principalmente por notícias de que a empresa pode vender uma participação de até 40% de sua divisão Seara Foods para investidores estratégicos. Embora uma operação como essa possa ajudar a minimizar os
parâmetros de alavancagem da Marfrig, ela acarretaria em diluição adicional para os atuais acionistas”, dizem.

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