Wen Jiabao: "A China vai continuar a monitorar de perto os movimentos do iuane e vai fortalecer a flexibilidade de comercialização do iuane em qualquer direção" (Carl Court/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2011 às 16h49.
XANGAI - A China tornará a cotação do iuane mais flexível e as últimas reformas para tornar a moeda mais orientada para o mercado já começaram a mostrar resultados, disse o primeiro-ministro Wen Jiabao neste sábado.
As declarações não devem significar uma ampliação iminente da banda diária de negociações do iuane, mas destacam a intenção de Pequim de introduzir flutuações em ambas as direções, suavizando expectativas de que a moeda chinesa só vá subir.
Apontando para as apostas recentes nos mercados estrangeiros que fizeram com que o iuane atingisse o fundo de sua banda de negociações várias vezes, Wen disse que a queda no yuan "não poderia ter sido engendrada." "A China vai continuar a monitorar de perto os movimentos do iuane e vai fortalecer a flexibilidade de comercialização do iuane em qualquer direção," disse o premiê em um boletim de notícias noturno transmitido pela CCTV.
Wen também disse ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que o desequilíbrio comercial entre os dois países era uma questão estrutural e que manter o desenvolvimento saudável do comércio bilateral era fundamental para ambos os países e para o mundo, segundo a CCTV.
As declarações de Wen sobre o iuane estavam de acordo com as últimas iniciativas do banco central para encorajar que o valor da moeda flutue de forma mais livre dentro da banda diária de negociações. O Banco do Povo da China (PBOC) permite que o iuane aumente ou caia 0,5 por cento do seu ponto médio diário.
Alguns analistas e corretores argumentam que o banco central está preparando o terreno para uma ampliação da banda de negociações, o que permitiria à China dizer, diante da renovada pressão norte-americana, que está de fato avançando com a reforma para afrouxar o controle sobre a moeda.
A moeda chinesa subiu cerca de 40 por cento desde que Pequim abandonou sua paridade com o dólar norte-americano, em 2005.
Líderes chineses rejeitaram várias vezes pedidos dos EUA e de outros países ricos para que permitissem uma valorização mais rápida do iuane.