Captações externas se aproximam de recorde com queda de taxas
Com custos de financiamento mais baixos, a OGX e o Bradesco levantaram recursos para investimentos em infraestrutura
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2011 às 10h18.
Nova York - A OGX Petróleo & Gás Participações SA e o Banco Bradesco SA ajudaram a elevar as captações corporativas brasileiras no exterior para o maior nível em quatro meses. As empresas aproveitam os custos de financiamento mais baixos desde novembro para levantar recursos para investimentos em infraestrutura.
Neste mês, as ofertas somaram US$ 9,46 bilhões, maior quantia desde os US$ 10,5 bilhões de janeiro, melhor mês em registro desde que a Bloomberg começou a acompanhar esses dados, em 1999. As emissões de títulos de alto rendimento nos Estados Unidos bateram recorde, chegando a US$ 44,5 bilhões, enquanto o total de ofertas do México foi o maior em 11 meses.
As captações de empresas brasileiras estão aumentando ao mesmo tempo em que a maior expansão econômica em duas décadas coloca a infraestrutura do País no limite. Essa situação ajudou a acelerar a inflação para o maior nível em seis anos e tem elevado a necessidade de mais investimentos. A taxa média dos títulos brasileiros denominados em dólar caiu para 5,88 por cento, contra 6,01 por cento em 31 de março, enquanto as notas do Tesouro americano, referência para o custo de captação de emergentes, subiram pelo segundo mês consecutivo.
“É hora de aproveitar o cenário global e entrar no mercado a uma taxa barata” emitindo dívida, disse Vinicius Pasquarelli, operador de bônus de mercados emergentes da Tradition Asiel Securities, em entrevista por telefone de Nova York.
O prêmio que investidores exigem para manter em carteira títulos em dólares de empresas brasileiras em lugar dos Treasuries está em 271 pontos-base, ou 2,71 pontos percentuais. Em novembro, o prêmio era de 307 pontos-base, segundo o JPMorgan Chase & Co. Os títulos corporativos pagam 75 a mais do que a dívida pública brasileira.
OGX, Bradesco
A OGX, do bilionário Eike Batista, liderou as emissões em maio com a captação de US$ 2,56 bilhões em sua estreia no mercado de dívida internacional. Os recursos serão utilizados para financiar exploração e produção de petróleo. A empresa, que tem classificação de risco B na escala da agência Standard & Poor’s, ou cinco níveis abaixo do grau de investimento, fez a captação com taxa de 8,5 por cento.
Foi a maior captação realizada por uma companhia brasileira desde que a Petróleo Brasileiro SA emitiu US$ 6 bilhões em papéis, em janeiro.
O Bradesco, segundo maior banco do País em valor de mercado, emitiu US$ 1,35 bilhão em notas com prazo de três e cinco anos. A instituição sediada em Osasco tem classificação Baa3 pela Moody’s Investors Service e BBB pela S&P.
Houve uma oportunidade no mercado internacional, com investidores com apetite pelo Brasil e com apetite pelo Bradesco, e o banco aproveitou o momento favorável, disse Marlene Moran Milan, diretora do departamento internacional do Bradesco.
A OGX não quis fazer comentários, segundo sua assessoria de imprensa.
Busca de rendimento
Os gastos para melhoria de aeroportos, portos, estradas e o sistema de distribuição de energia do País devem subir de R$ 121 bilhões em 2009 para R$ 160 bilhões em 2012, segundo a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base em São Paulo. De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o Produto Interno Bruto vai crescer 4,5 por cento este ano, após uma expansão de 7,5 por cento em 2010 que foi a maior em mais de duas décadas.
A Tam SA, maior companhia aérea brasileira em passageiros transportados, captou US$ 500 milhões em títulos com prazo de 10 anos em 26 de maio e taxa de 8,5 por cento. A Cimento Tupi SA emitiu US$ 100 milhões em papéis com taxa de 9,75 por cento em 6 de maio, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A Tam e a Cimento Tupi não quiseram fazer comentários, de acordo com suas assessorias de imprensa.
Os investidores “estão procurando rendimento adicional”, disse Anne Milne, analista de crédito corporativo de mercados emergentes do Bank of America Corp. em Nova York. “Olhando para os spreads atuais para empresas com grau de investimento, não há muito espaço para apreciação de capital ou compressão de spreads.”
Nova York - A OGX Petróleo & Gás Participações SA e o Banco Bradesco SA ajudaram a elevar as captações corporativas brasileiras no exterior para o maior nível em quatro meses. As empresas aproveitam os custos de financiamento mais baixos desde novembro para levantar recursos para investimentos em infraestrutura.
Neste mês, as ofertas somaram US$ 9,46 bilhões, maior quantia desde os US$ 10,5 bilhões de janeiro, melhor mês em registro desde que a Bloomberg começou a acompanhar esses dados, em 1999. As emissões de títulos de alto rendimento nos Estados Unidos bateram recorde, chegando a US$ 44,5 bilhões, enquanto o total de ofertas do México foi o maior em 11 meses.
As captações de empresas brasileiras estão aumentando ao mesmo tempo em que a maior expansão econômica em duas décadas coloca a infraestrutura do País no limite. Essa situação ajudou a acelerar a inflação para o maior nível em seis anos e tem elevado a necessidade de mais investimentos. A taxa média dos títulos brasileiros denominados em dólar caiu para 5,88 por cento, contra 6,01 por cento em 31 de março, enquanto as notas do Tesouro americano, referência para o custo de captação de emergentes, subiram pelo segundo mês consecutivo.
“É hora de aproveitar o cenário global e entrar no mercado a uma taxa barata” emitindo dívida, disse Vinicius Pasquarelli, operador de bônus de mercados emergentes da Tradition Asiel Securities, em entrevista por telefone de Nova York.
O prêmio que investidores exigem para manter em carteira títulos em dólares de empresas brasileiras em lugar dos Treasuries está em 271 pontos-base, ou 2,71 pontos percentuais. Em novembro, o prêmio era de 307 pontos-base, segundo o JPMorgan Chase & Co. Os títulos corporativos pagam 75 a mais do que a dívida pública brasileira.
OGX, Bradesco
A OGX, do bilionário Eike Batista, liderou as emissões em maio com a captação de US$ 2,56 bilhões em sua estreia no mercado de dívida internacional. Os recursos serão utilizados para financiar exploração e produção de petróleo. A empresa, que tem classificação de risco B na escala da agência Standard & Poor’s, ou cinco níveis abaixo do grau de investimento, fez a captação com taxa de 8,5 por cento.
Foi a maior captação realizada por uma companhia brasileira desde que a Petróleo Brasileiro SA emitiu US$ 6 bilhões em papéis, em janeiro.
O Bradesco, segundo maior banco do País em valor de mercado, emitiu US$ 1,35 bilhão em notas com prazo de três e cinco anos. A instituição sediada em Osasco tem classificação Baa3 pela Moody’s Investors Service e BBB pela S&P.
Houve uma oportunidade no mercado internacional, com investidores com apetite pelo Brasil e com apetite pelo Bradesco, e o banco aproveitou o momento favorável, disse Marlene Moran Milan, diretora do departamento internacional do Bradesco.
A OGX não quis fazer comentários, segundo sua assessoria de imprensa.
Busca de rendimento
Os gastos para melhoria de aeroportos, portos, estradas e o sistema de distribuição de energia do País devem subir de R$ 121 bilhões em 2009 para R$ 160 bilhões em 2012, segundo a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base em São Paulo. De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o Produto Interno Bruto vai crescer 4,5 por cento este ano, após uma expansão de 7,5 por cento em 2010 que foi a maior em mais de duas décadas.
A Tam SA, maior companhia aérea brasileira em passageiros transportados, captou US$ 500 milhões em títulos com prazo de 10 anos em 26 de maio e taxa de 8,5 por cento. A Cimento Tupi SA emitiu US$ 100 milhões em papéis com taxa de 9,75 por cento em 6 de maio, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A Tam e a Cimento Tupi não quiseram fazer comentários, de acordo com suas assessorias de imprensa.
Os investidores “estão procurando rendimento adicional”, disse Anne Milne, analista de crédito corporativo de mercados emergentes do Bank of America Corp. em Nova York. “Olhando para os spreads atuais para empresas com grau de investimento, não há muito espaço para apreciação de capital ou compressão de spreads.”