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CÂMBIO-Dólar tem mínima em uma semana com otimismo externo

Por José de Castro SÃO PAULO, 18 de novembro (Reuters) - O maior apetite por risco no exterior conduziu o dólar à segunda baixa seguida ante o real nesta quinta-feira, na mínima em mais de uma semana, em meio ao alívio nas preocupações envolvendo a crise na Irlanda e perspectivas de aperto monetário na China. […]

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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2010 às 15h46.

Por José de Castro

SÃO PAULO, 18 de novembro (Reuters) - O maior apetite por
risco no exterior conduziu o dólar à segunda baixa seguida ante
o real nesta quinta-feira, na mínima em mais de uma semana, em
meio ao alívio nas preocupações envolvendo a crise na Irlanda e
perspectivas de aperto monetário na China.

Profissionais atribuíram o recuo nas cotações também ao
menor receio sobre novas medidas do governo para o mercado de
câmbio, após a fala do ministro da Fazenda, Guido Mantega, na
véspera.

A divisa norte-americana terminou em queda de 0,58
por cento, a 1,716 real na venda, menor patamar desde o último
dia 10, quando a moeda encerrou em 1,711 real. No mesmo
horário, o índice que mede o comportamento do dólar contra uma
cesta de moedas mostrava baixa de 0,6 por cento.

"Hoje estamos vendo uma recuperação mais consistente (dos
mercados), e esse está sendo o gatilho para a baixa (da
moeda)", disse Alfredo Barbuti, economista da BGC Liquidez.

Na quarta-feira, os principais mercados financeiros
ensaiaram uma ligeira melhora, diante do abrandamento de
temores envolvendo Irlanda e China. Nesta sessão, declarações
de autoridades dos dois países motivaram um retorno mais forte
do apetite por risco.

Do lado europeu, o presidente do banco central irlandês
disse esperar que o Dublin receba dezenas de bilhões de euros
em empréstimos de países europeus e do Fundo Monetário
Internacional (FMI), afirmação endossada pelo ministro de
finanças do país. A fala alimentou esperanças de que a Irlanda
finalmente aceite um pacote de resgate para estabilizar seu
sistema bancário, expectativa que favorecia o euro .

Na Ásia, declarações de um conselheiro do BC chinês de que
Pequim não deveria recorrer apenas à elevação do juro para
conter pressões inflacionárias estimularam expectativas de que
a China possa adiar um aperto monetário.

Após dias de perdas, as commodities segundo o índice
Reuters-Jefferies CRB subiam mais de 2 por cento,
enquanto as bolsas de valores em Nova York e em
São Paulo recuperavam-se de perdas recentes.

MENOR RECEIO COM MEDIDAS

Para o operador Ovidio Soares, da Interbolsa do Brasil, o
recuo do dólar nesta sessão ainda refletiu o ajuste iniciado na
véspera, quando a cotação caiu pela primeira vez em quase duas
semanas.

"O pessoal está realizando e voltou a operar no fato de que
temos um juro alto e risco pequeno. O mercado também vai
considerar bom se a atual equipe econômica permanecer, porque
isso diminuiria incertezas mais à frente", disse. A Selic está
atualmente em 10,75 por cento ao ano.

Segundo reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo
nesta quinta-feira, a presidente eleita Dilma Rousseff teria
convidado o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a permanecer na
pasta.

Na véspera, o mercado repercutira a afirmação de Mantega de
que o governo não estuda novas medidas cambiais ao menos por
ora, avaliando que as já adotadas têm surtido efeito.

(Edição de Aluísio Alves)

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