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Da Redação
Publicado em 4 de janeiro de 2011 às 16h02.
Por Silvio Cascione
SÃO PAULO, 4 de janeiro (Reuters) - A expectativa por novas
medidas do governo contra a valorização do real provocou a alta
do dólar nesta terça-feira, após a moeda ter fechado no menor
patamar em mais de dois anos na véspera.
A moeda norte-americana subiu 0,79 por cento, a
1,664 real. Na máxima do dia, o dólar chegou a valer 1,672
real, com valorização de 1,27 por cento.
A alta do dólar ganhou força no meio do dia, quando o
Ministério da Fazenda convocou a imprensa para uma entrevista
coletiva com o ministro Guido Mantega.
Apesar das expectativas em torno de novas ações do governo,
Mantega não anunciou nada concreto, mas afirmou que o atual
patamar do câmbio prejudica as exportações e que "infinitas"
medidas podem ser tomadas. [ID:nSAR002486]
"O mercado agora pode ficar mais cauteloso. Pode
interpretar que ele está dando um aviso", disse José Carlos
Amado, operador de câmbio da corretora Renascença.
No ano passado, o governo triplicou o imposto sobre a
entrada de capital estrangeiro para investimentos em renda fixa
e ameaçou muitas vezes comprar dólares por meio do Fundo
Soberano com o objetivo de aumentar a demanda pela moeda.
A ausência de novas medidas já nesta terça-feira, porém,
permitiu que o dólar diminuísse a intensidade da alta no final
do dia. Para José Roberto Carreira, gerente de câmbio da Fair
Corretora, "basicamente ele só fez comentários, resumiu o que
ele já fez e falou um pouco sobre como vai ser daqui para
frente. Não acrescentou nada".
Nesta terça, a intervenção do governo no mercado de câmbio
continuou nas mãos do Banco Central, que realizou dois leilões
de compra de dólares no mercado à vista.
Perto do Brasil, o Chile viu a maior alta do dólar em pelo
menos uma década após anunciar a maior intervenção cambial da
história do país. O governo pretende comprar até 12 bilhões de
dólares ao longo de 2011 para frear a valorização do peso,
também com o objetivo de proteger as exportações.
(Reportagem adicional de Nathália Ferreira; Edição de
Alexandre Caverni)