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CÂMBIO-Dólar sobe com piora externa e medidas do governo

Por José de Castro SÃO PAULO, 21 de outubro (Reuters) - O detalhamento de medidas do governo para frear a entrada de capital externo no país e o aumento da aversão a risco no exterior levaram o dólar a superar 1,70 real nesta quinta-feira. No fechamento, a moeda norte-americana desacelerou um pouco a alta para […]

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2010 às 16h00.

Por José de Castro

SÃO PAULO, 21 de outubro (Reuters) - O detalhamento de
medidas do governo para frear a entrada de capital externo no
país e o aumento da aversão a risco no exterior levaram o dólar
a superar 1,70 real nesta quinta-feira.

No fechamento, a moeda norte-americana desacelerou
um pouco a alta para 1,25 por cento, cotada a 1,696 real na
venda, segundo grandes bancos consultados pela Reuters. De
acordo com a cotação divulgada pelo Banco Central no final do
dia, o dólar terminou a 1,702 real.

"Tudo lá fora piorou. Estamos acompanhando a alta do dólar
lá fora e a queda nas bolsas de valores", disse Mario
Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora.

O dólar recuperava-se das perdas exibidas pela manhã e
avançava ante uma cesta de moedas , o que contribuía para
a queda das commodities e, por tabela, dos principais índices
de ações nos Estados Unidos. A Bovespa acompanhava a
toada e cedia mais de 1 por cento no final da tarde.

"As tentativas do governo de conter a queda do dólar também
devem ser analisadas, principalmente se o dólar voltar a cair e
o governo sinalizar que pode tomar mais medidas para brecar a
alta do real", completou Battistel.

Nesta sessão, o mercado repercutiu resoluções do Conselho
Monetário Nacional (CMN), divulgadas na véspera, que fecham
brechas sobre a cobrança da alíquota maior do Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF) no depósito de margens de garantia
na BM&FBovespa.

O governou vedou o aluguel, troca ou empréstimo de títulos,
valores mobiliários e outros ativos financeiros a investidor
não residente, cujo objetivo seja realizar operações no mercado
de derivativos. Em outro texto, ficou estabelecido que a
migração interna de recursos em real destinados a constituição
de margens de garantia, inicial ou adicional, realizada por
investidor não residente no país também estará sujeita a
contratações simultâneas de câmbio.

Para os economistas do HSBC Clyde Wardle e Majorie
Hernandez, as constantes modificações tributárias no mercado de
câmbio criam incertezas indesejáveis, passando a impressão de
que o investidor estrangeiro não é bem-vindo ao Brasil.

"Uma das características da intervenção é que as
autoridades estão trabalhando, na maioria dos casos, com uma
lógica de tentativa e erro", afirmaram.

Segundo o operador de uma corretora paulista, que pediu
anonimato, os investidores estrangeiros estão incomodados.

Outro profissional, que também pediu para não ser citado,
disse que "bastante estrangeiro zerou" posição vendida em dólar
no mercado futuro.

Na quarta-feira, os estrangeiros exibiam 13,010 bilhões de
dólares em posições vendidas na moeda norte-americana nos
mercados de dólar futuro e cupom cambial (DDI). A posição,
embora tenha diminuído em mais de 2,5 bilhões de dólares em
relação aos dois dias anteriores, ainda era uma das maiores do
ano.

(Edição de Daniela Machado)

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