São Paulo - Os investidores brasileiros estão apostando que um novo governo vai vencer a eleição no próximo domingo e fortalecer a economia, enquanto estrangeiros vendem ações do país.

As compras no maior fundo de ações negociado na BM&FBovespa cresceram 5,9 por cento desde o primeiro turno, em 5 de outubro, quando o senador Aécio Neves surpreendeu os analistas ao passar para o segundo turno e forçar uma disputa com a presidente Dilma Rousseff.

No mesmo período, o maior ETF de ações brasileiras negociado em Nova York encolheu 3,8 por cento, com os investidores vendendo ações.

Os estrangeiros retiraram R$ 2,89 bilhões (US$ 1,2 bilhões) do mercado acionário brasileiro neste mês, segundo dados da bolsa.

Com o ganho de 3 por cento deste mês, o Ibovespa subiu 24 por cento desde a mínima em cinco anos registrada em março com as apostas de que Dilma seria derrotada em meio ao pior desempenho econômico do país em duas décadas e uma inflação no nível mais alto dos últimos três anos.

Para Jay Jacobs, analista de pesquisa da Global X Funds em Nova York, que administra mais de US$ 4,3 bilhões em ETFs, incluindo fundos do Brasil, não há nenhuma evidência de que uma vitória de Aécio resultará em mudanças políticas suficientes para justificar um rali.

“Se você está comprando Brasil agora, você está comprando um monte de otimismo, mas você tem que ver o que vai acontecer com as políticas”, disse Jacobs, que se recusou a comentar sobre os fluxos de ETF.

“Estamos mais cautelosos sobre o Brasil do que a maioria dos investidores que parecem estar mais animados com as eleições do que nós”.

O ETF iShares MSCI Brazil Capped, um fundo de US$ 5,13 bilhões negociado em Nova York, registrou uma saída líquida de US$ 204,1 milhões nas últimas duas semanas, a maior desde abril.

Os R$ 73,6 milhões de entradas de recursos no iShares Ibovespa, negociado em São Paulo, aumentaram seus ativos para R$ 1,32 bilhão, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A volatilidade no Ibovespa atingiu o nível mais alto em três anos na semana passada com as ações oscilando em meio a pesquisas que mostram os candidatos em empate técnico antes do segundo turno, que será realizado no dia 26 de outubro.