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Brasil trava 'guerra impossível' para enfraquecer real, diz BofA

Segundo o banco, medidas tomadas pelo governo para controlar valorização da moeda não serão suficientes

Bank of America: real teve valorização de 39% em relação ao dólar desde 2009 (Arquivo/Getty Images)

Bank of America: real teve valorização de 39% em relação ao dólar desde 2009 (Arquivo/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2010 às 13h16.

São Paulo - O real, moeda com o segundo melhor desempenho global desde o fim de 2008, não deve enfraquecer já que o aumento no imposto para investidores estrangeiros na compra de ativos brasileiros não consegue evitar a entrada de dólares no País, disse o Bank of America Corp.

A decisão do governo de dobrar para 4 por cento o Imposto sobre Operações Financeiras para os investimentos estrangeiros em renda fixa e fundos de ações, somada à compra diária de dólares pelo Banco Central, não são suficientes para reduzir a atratividade dos ativos brasileiros, escreveram hoje os estrategistas liderados por David Beker num relatório a clientes. Outras medidas do governo apenas vão adicionar volatilidade, escreveram eles.

“No fim do dia, não há nada que o governo brasileiro possa fazer para enfrentar a renda fixa com rendimento em níveis históricos de baixa em países desenvolvidos e também contra a depreciação do dólar”, segundo o relatório. “O governo está engajado em uma guerra impossível.”

O real teve uma apreciação de 39 por cento em relação ao dólar desde o último dia de 2008, um desempenho superado apenas pelo dólar australiano, segundo dados compilados pela Bloomberg. Desde que o Brasil decidiu elevar algumas alíquotas do IOF em 4 de outubro, a moeda já subiu 1,7 por cento, o melhor resultado da América Latina e o quarto melhor entre as 25 moedas mais negociadas acompanhadas pela Bloomberg.

Enquanto o Federal Reserve sinalizou que pode implementar novas medidas de afrouxamento monetário mesmo com as taxas de juros perto de zero, a taxa básica brasileira deve subir para 11,75 por cento no próximo ano dos atuais 10,75 por cento, segundo a projeção mediana de cerca de 100 economistas ouvidos pela pesquisa semanal do Banco Central divulgada hoje.

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