A Moody's afirma que as empresas no Brasil geralmente dependem de financiamentos bancários e de instituições financeiras governamentais (Stan Honda/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2012 às 09h20.
São Paulo - As empresas brasileiras continuam mais dependentes das relações bancárias do que dos mercados de capitais internacionais quando comparadas com o México e os Estados Unidos, informa relatório da Moody's Investors Service divulgado nesta segunda-feira. O documento destaca que a condição se mantém apesar de a liquidez das empresas brasileiras ter melhorado no ano passado.
A Moody's concluiu que 59% das 39 empresas com rating - exceto as construtoras - têm liquidez boa ou adequada, em comparação com 81% observados no México. A Moody's define o nível de risco de liquidez considerando as necessidades de caixa de cada empresa para financiar os vencimentos de dívida de 31 de dezembro de 2011 até 31 de dezembro de 2013 em relação às fontes de caixa disponíveis.
Conforme a agência de classificação de risco, as empresas brasileiras continuam expostas a diversos riscos de liquidez, incluindo potenciais dificuldades do mercado de crédito, a contínua crise soberana da Europa, uma potencial desaceleração acentuada e repentina na China, a economia global frágil e uma volatilidade no câmbio.
A Moody's afirma que as empresas no Brasil geralmente dependem de financiamentos bancários e de instituições financeiras governamentais, embora poucas empresas tenham linhas de crédito bancário compromissadas. A Moody's observa que esta é uma prática comum na América Latina visto que as empresas preferem manter saldos de caixa elevados para cobrir os futuros vencimentos e reter flexibilidade. A volatilidade do câmbio também continua sendo uma questão importante para as empresas com altos níveis de dívida denominada em moeda estrangeira.
"A melhora do mercado no ultimo ano permitiu que uma série de empresas acessasse os mercados de capitais e estendesse os vencimentos de dívida", ressalta em nota o vice-presidente President da Moody's e autor do relatório, Filippe Goossens.