SÃO PAULO, 12 de novembro (Reuters) - O principal índice
das ações brasileiras caía nesta sexta-feira e ameaçou perder o
nível de 70 mil pontos em meio ao temor de uma alta do juro na
China, à preocupação com a dívida da Irlanda e à decepção com
os lucros da Petrobras.

Às 12h09, o Ibovespa recuava 0,91 por cento, para
70.550 pontos. O giro do pregão era de 1 bilhão de reais.

No exterior, as bolsas na Europa e os índices futuros em
Wall Street exibiam queda em meio ao receio de que a Irlanda
precise de ajuda financeira para honrar sua dívida. O país e a
Comissão Europeia negaram que tenha havido um pedido.

O que mais pesava sobre o Ibovespa, no entanto, era a
possibilidade de que a China eleve a taxa de juros novamente. A
bolsa de Xangai despencou 5,16 por cento , maior baixa
diária desde maio, e os preços das commodities tinham
queda de x,xx por cento pelo índice Reuters-Jefferies.

Dentro do Ibovespa, as ações preferenciais da Petrobras
caíam 1,91 por cento, a 26,21 reais, após o lucro da
empresa no terceiro trimestre subir menos do que o esperado.

A Petrobras teve lucro líquido de 8,566 bilhões
de reais, crescimento de 7,9 por cento em relação ao resultado
obtido no mesmo período do ano passado [ID:nN1292565]

"Não foi o melhor dos resultados, mas mantemos a
recomendação de 'compra'", disseram Gustavo Gattass e Rafael
Fonseca, do BTG Pactual. "O importante agora é ver como a
diretoria vai se comportar na teleconferência sobre os
resultados. Uma mensagem positiva pode abrir espaço para uma
alta", acrescentaram. A conferência será na quarta-feira.

SAFRA RUIM DE BALANÇOS

Outros resultados também frustraram o mercado. Cyrela
, por exemplo, caía 0,71 por cento, a 21,01 reais,
após a queda de 33,3 por cento do lucro. [ID:nN11284920]

"Veio um pouco mais fraco e pesou no setor como um todo,
que se empolgou ontem com MRV forte", disse Rafael Dornaus,
operador de renda variável da corretora Hencorp Commcor.

A ação da construtora MRV , que subiu 6,8 por
cento na véspera após o balanço do terceiro trimestre, tinha
queda de 2,85 por cento, a 16,03 reais.

Fora do índice, as ações da Positivo Informática
despencavam 7 por cento, a 13,95 reais. O lucro líquido da
empresa desabou 74,1 por cento no terceiro trimestre em relação
ao mesmo período de 2009, afetado por aumento da concorrência
de importados e queda nos preços de notebooks.