Mercados

Bovespa sobe na abertura sob influência do exterior

Os dados da China vieram abaixo do esperado, o que pode influenciar os negócios no Brasil

Uma mulher bebe café em frente à bolsa de valores BM&F&Bovespa em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

Uma mulher bebe café em frente à bolsa de valores BM&F&Bovespa em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2012 às 10h47.

São Paulo A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu a segunda-feira em alta, em sintonia com os principais índices europeus e os futuros em Nova York, mas os motivos para o otimismo, pelo menos por enquanto, são frágeis. O Índice dos Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da zona do euro subiu em setembro, o que favorece os mercados de maior risco, mas o indicador ainda indica contração da atividade. Já os dados da China vieram abaixo do esperado, o que pode influenciar os negócios locais.

Às 10h17, o Ibovespa futuro tinha alta de 0,65%, aos 59.559 pontos. Em Nova York, o S&P futuro subia 0,46% e o Nasdaq futuro avançava 0,60%. Na Europa, com os índices à vista já operando, Londres subia 1,08%, Paris avançava 1,69%, Frankfurt tinha alta de 1,32%, Madri subia 1,21% e Milão tinha ganho de 2,12%.

Mais cedo, a provedora de dados Markit informou que o PMI industrial da zona do euro subia a 46,1 em setembro, ante 45,1 em agosto. Apesar da alta, este foi o 14º mês seguido em que o indicador ficou abaixo de 50, o que indica contração da atividade. O número - somado ao fato de a Europa estar se ajustando hoje aos resultados dos testes de estresse da Espanha, divulgados na sexta-feira (28) - colocam os índices europeus em alta, embora outros dados não sejam tão animadores. Os índices de atividade manufatureira da Alemanha, da Itália, do Reino Unido e da França, por exemplo, seguiram abaixo de 50.

Além disso, o PMI oficial da China subiu para 49,8 em setembro, ante a leitura final de 49,2 em agosto. Apesar disso, o indicador ficou abaixo da previsão média de 50,2 dos economistas. Já o HSBC informou que seu PMI para a China subiu para 47,9 em setembro, ante a leitura final de 47,6 em agosto, permanecendo em queda pelo 11º mês consecutivo.

"A princípio, a Bovespa segue hoje um pouco lá fora. Mas a base é frágil. O PMI (da zona do euro) foi um pouco melhor, mas vamos ver até que ponto consegue sustentar ganhos", comentou um operador ouvido há pouco pela Agência Estado. "Além disso, nossa Bolsa é muito mais China do que Europa, em função das commodities. E a notícia da China não é boa", acrescentou. A Vale, bastante dependente do dinamismo chinês, pode ser afetada.

De modo geral, o movimento na Bovespa continuará ligado aos estrangeiros que, nas últimas sessões, vêm atuando na ponta da venda. Em setembro, até o último dia 26 (quarta-feira), os investidores estrangeiros retiraram líquidos R$ 4,854 bilhões.


No ano, o déficit acumulado é de R$ 1,882 bilhão.

"Os estrangeiros estão vendendo. Vamos ver até que ponto eles continuam neste movimento", comentou o profissional.

Relatório da um Investimentos estima que, ao perder o nível de 59.740 pontos na última sexta-feira, o Ibovespa à vista tem próximo suporte nos 56.236 pontos. Do lado da alta, acima dos 59.740 pontos, tem resistência nos 62 mil.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valores

Mais de Mercados

Ações da Tesla caem no aftermarket após queda de 45% no lucro do 2º tri

Biden sai e Kamala entra? Como o turbilhão nos EUA impacta as ações americanas, segundo o BTG

Por que Mohamed El-Erian, guru de Wall Street, está otimista com o cenário econômico

Ibovespa fecha em queda de 1% pressionado por Vale (VALE3)

Mais na Exame