EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2010 às 19h18.
São Paulo - Com alta de 0,19%, a quinta seguida, a Bovespa alcançou os 71.830,18 pontos, a maior pontuação desde 2 de junho de 2008, quando marcou 71.897,20 pontos. Retoma assim pela primeira vez em mais de dois anos o bom desempenho no período pré-crise financeira de 2008. A alta foi apoiada em forte ganho de ações de energia elétrica, motivado, no caso da Eletrobras, pelo avanço do tucano José Serra nas pesquisas de 2º turno presidencial sobre sua adversária, Dilma Rousseff (PT). Com isso, a Bovespa encerrou uma semana em que fechou no azul todos os dias e escapou da indecisão das Bolsas norte-americanas, que encerraram hoje com sinais divergentes: enquanto o Dow Jones caiu, Nasdaq e S&P500 registraram altas.
Ao longo da sessão, oscilou entre a mínima de 71.351,38 pontos, queda de 0,48%, à máxima de 72.139,59 pontos, em alta de 0,62%. Na semana, subiu 1,44%. No mês, acumula ganho de 3,46% e no ano, de 4,73%. O volume financeiro atingiu R$ 6,401 bilhões.
A Eletrobras apareceu novamente no topo da lista dos destaques de alta. No fechamento, as ações PNB da estatal de energia avançaram 5,17%, enquanto as ON subiram 4,41%. Após a pesquisa CNT/Sensus de ontem, que mostrou empate técnico entre os candidatos, a expectativa do mercado volta-se ao levantamento do instituto Datafolha, que deve sair hoje à noite, e o mercado não descarta que o tucano já possa aparecer até um pouco à frente da petista.
Ainda no setor de energia elétrica, Cesp PNB avançou 2,72% e Cemig PN subiu 2,70%, ambas também entre as maiores altas do índice. Além de Eletrobras, Banco do Brasil também reage ao fator eleição presidencial, com alta de 1,37%.
As blues chips Petrobras e Vale fecharam em direções opostas, em meio à briga entre comprados e vendidos com vistas ao vencimento de opções sobre ações, que acontece na próxima segunda-feira. Petrobras PN caiu 0,57% e Petrobras ON recuou 1,58%, enquanto Vale PNA subiu 0,50% e Vale ON ganhou 0,30%.
A indecisão das Bolsas em Nova York abriu espaço na Bovespa para movimentos localizados de realização de lucro, que foram mais sentidos em ações de construtoras, após fortes altas recentes. No fechamento,Brookfield ON apresentava a maior perda, com -2,43%, seguida de perto por MRV, com -1,64%, e Cyrela ON, -1,24%.
No exterior, o que seria uma boa notícia acabou hoje atrapalhando o desempenho das bolsas de valores em Nova York: o aumento das vendas no varejo maior do que esperado. Contudo, o problema foi que este dado abalou as expectativas dos investidores de que o Federal Reserve poderia adotar já na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed em 2 e 3 de novembro medidas de estímulo à economia.
O fato é que mais cedo os investidores haviam se animado com a fala do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, de que o Fed está preparado para adotar medidas de suporte à recuperação econômica, se necessário. Em seguida, a divulgação de um índice pior que o esperado para sentimento do consumidor de Michigan reforçou a expectativa de que tais medidas seriam iminentes. Mas, depois, a divulgação do avanço nas vendas no varejo significou que medidas de afrouxamento monetário para estimular a economia podem não vir já, uma vez que o próprio Bernanke havia alertado que dados econômicos futuros é que vão determinar os próximos passos do Fed.
Em Nova York, o Dow Jones caiu 0,29%; o Nasdaq subiu 1,37% e o S&P500 evoluiu 0,20%.