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Bovespa segue a alta dos mercados no exterior

A rodada ruim de notícias não retirou o ímpeto dos mercados internacionais

O Ibovespa abriu em alta de 0,29% (©AFP / Yasuyoshi Chiba)

O Ibovespa abriu em alta de 0,29% (©AFP / Yasuyoshi Chiba)

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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2012 às 11h02.

São Paulo - Uma rodada ruim de notícias macroeconômicas não retira o ímpeto dos mercados internacionais, o que propiciou uma abertura positiva para a Bovespa nesta sexta-feira. A Espanha segue no centro das atenções, com o rebaixamento do rating soberano pela Standard & Poor's e a elevação da taxa de desemprego no país no trimestre passado. Já os Estados Unidos anunciaram mais um dado desanimador, que mostrou crescimento menor que o esperado da economia no início deste ano. O Ibovespa abriu em alta de 0,29%. Às 10h45, o índice subia 0,11%.

A economia norte-americana cresceu menos que o esperado no primeiro trimestre deste ano, em +2,2%, conforme a primeira leitura do indicador, divulgada hoje. A previsão era de alta de 2,6%. Segundo um operador de uma corretora paulista, embora o resultado do PIB dos EUA tenha sido mais fraco que o esperado, podem aumentar as chances de o Federal Reserve (Fed) adotar em breve estímulos monetários adicionais. "O que é bom para os mercados e por isso as bolsas sobem de qualquer jeito", afirmou.

Ainda nos EUA, o índice de preços PCE subiu 2,4%, mais que o estimado (+2,2%). O custo da mão de obra, por sua vez, avançou 0,4% nos três primeiros meses de 2012 na comparação com o trimestre anterior, praticamente em linha com a alta projetada de 0,5% na mesma base de comparação.

Na Europa, o rebaixamento do rating da Espanha e a alta da taxa de desemprego no país não incomodam os mercados acionários, por enquanto. Ontem, a Standard & Poor's (S&P) diminuiu o grau de investimento espanhol em duas notas, colocando o crédito soberano de longo prazo em BBB+, de A. O rating de curto prazo também foi rebaixado, de A-1 para A-2, com perspectiva negativa para os dois cenários. A decisão reflete o aumento dos riscos para a dívida do governo do país em meio à contração da economia. Também na Espanha, o índice de desemprego subiu para 24,44% no primeiro trimestre deste ano, de 22,85% no quarto trimestre do ano passado. A taxa de desemprego do país é mais de duas vezes maior que a média de 10,7% da zona do euro.

Ainda na Europa, a Itália vendeu nesta manhã um total de € 5,946 bilhões em bônus, dentro do intervalo pretendido, que ia de € 3,75 bilhões a € 6,25 bilhões. Os resultados foram mistos. Os yields (retorno ao investidor) oferecidos por três dos quatro papéis leiloados foram mais altos do que em leilões anteriores e a demanda atraída foi baixa. O Tesouro italiano, porém, conseguiu vender os bônus com yields abaixo dos cobrados no mercado secundário.

Internamente, no âmbito corporativo, os investidores repercutem mais resultados financeiros divulgados entre ontem à noite e esta manhã, com destaque para Embraer. A empresa registrou lucro líquido atribuído aos acionistas de R$ 111,2 milhões nos primeiros três meses do ano, queda de 36,2% ante o lucro de R$ 174,3 milhões verificado no mesmo período de 2011. O resultado ficou 21,13% abaixo do estimado.

Além disso, hoje é a vez de Unicasa estrear na Bolsa, após o início da negociação de papéis do BTG Pactual ontem. Já a Petrobras realiza reunião do Conselho de Administração da Petrobras, que deve ratificar a substituição de três diretores da estatal. Paulo Costa, de Abastecimento, confirmou ontem que deixará o cargo na próxima segunda-feira.

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