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Bovespa recua de olho no exterior e no Panamericano

Por Olívia Bulla São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em baixa, de olho no exterior e em meio à descoberta de uma fraude contábil bilionária no Banco Panamericano, o que deve manter o setor financeiro pressionado. O cenário externo renova a cautela verificada nos últimos dias, com […]

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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2010 às 10h19.

Por Olívia Bulla

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em baixa, de olho no exterior e em meio à descoberta de uma fraude contábil bilionária no Banco Panamericano, o que deve manter o setor financeiro pressionado. O cenário externo renova a cautela verificada nos últimos dias, com os números da balança comercial chinesa esquentando os debates sobre os desequilíbrios globais. Às 11h16 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) recuava 0,42%, aos 71.376 pontos.

A descoberta de uma fraude contábil bilionária levou o Grupo Silvio Santos a fazer um aporte de R$ 2,5 bilhões no banco, que tem como sócia minoritária a Caixa Econômica Federal. O dinheiro foi obtido por meio de um empréstimo no Fundo Garantidor de Crédito (FGC), criado em 1995 com o objetivo de proteger os depósitos dos clientes do sistema financeiro no País.

Para o analista do Banco Modal, Eduardo Roche, muitas lacunas sobre o empréstimo concedido ao acionista controlador para sanear as contas do Banco Panamericano ainda não foram explicadas. Mas ele classifica como uma "falha grave" o fato de os filtros da Caixa Econômica Federal, do Banco Central (BC) e de auditores independentes não terem identificado um problema de "tamanho gigantesco". "Fica no ar como os envolvidos não perceberam. Todo o processo está mal explicado, mas, em todo caso, o efeito na Bolsa pode ser isolado e limitado", avalia, apostando que as ações de grandes bancos devem seguir voláteis, enquanto os papéis de instituições financeiras menores podem sentir um impacto maior.

Analistas acreditam que o caso tende a elevar ainda mais a volatilidade observada nos negócios nos últimos dias. Ainda assim, as atenções dos agentes devem estar voltadas para o exterior, onde as bolsas voltam a mostrar fraqueza. Um dia antes do início do encontro de cúpula do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), na Coreia do Sul, a China informou um superávit comercial acima do esperado em outubro, de US$ 27,1 bilhões, com aumento das exportações e das importações, em base anual, mas com redução nas compras de commodities.

Além disso, o gigante emergente adotou medidas específicas para conter o crescimento do crédito, diante das preocupações com a alta da inflação no país e das apostas de aumento do fluxo de capital especulativo. Nos EUA, a agenda econômica prevê a divulgação do número de pedidos de auxílio-desemprego na semana. No mesmo horário, será divulgado o saldo da balança comercial do país em setembro.

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