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Bovespa pode se aproximar do menor nível do ano

Os insistentes sinais de enfraquecimento da economia mundial, horas antes de números de primeira grandeza sobre a China, deixam os investidores aflitos

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

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Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2012 às 10h36.

São Paulo - A previsibilidade do Comitê de Política Monetária (Copom) e inação do Federal Reserve propiciaram uma abertura em queda da Bovespa, que pode se aproximar dos níveis mais baixos do ano nesta quinta-feira. Porém, a redução maior que a esperada dos pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos nos EUA, para o menor nível em anos, trazem certo alento aos mercados acionários. Ainda assim, os insistentes sinais de enfraquecimento da economia mundial, horas antes de números de primeira grandeza sobre a China, deixam os investidores aflitos, rogando por medidas inesperadas e suficientes por parte dos principais bancos centrais do mundo. Por volta das 10h05, o Ibovespa caía 1,66%, abaixo dos 53 mil pontos, na pontuação mínima até então.

O analista técnico da Ágora Corretora, Daniel Marques, não descarta a possibilidade de o Ibovespa buscar fundos anteriores nos 52 mil pontos, rondando a mínima de 2012 (52.481,40 pontos), nesta sessão. Mas, para ele, esse não é o problema. "Se perder essa região, aí mora o perigo", diz, explicando que, dessa forma, o índice à vista abandonaria a atual zona de congestão - entre os 53 mil e os 57 mil pontos - e mergulharia em um cenário de queda.

Para ele, esses movimentos súbitos da Bolsa, de arrancadas aceleradas e de quedas acentuadas em um curto intervalo de tempo, apenas refletem o atual momento de incerteza com a economia global. "É um ambiente que deixa os negócios muito sensíveis e qualquer notícia, positiva ou negativa, é sempre potencializada", afirma.

Nos últimos dias, porém, é a letargia dos bancos centrais ao redor do mundo que está incomodando os mercados financeiros. A sensação de que o que foi feito até então é insuficiente para aliviar as tensões com a desaceleração econômica global permanece entre os investidores. Mais que isso, a falta de perspectiva de injeção extra de recursos pelas principais autoridades monetárias turva ainda mais o cenário.

Ontem, o colegiado do Fed deixou claro que não sabe "se" deve agir, nem "como" ou "quando", sugerindo que uma nova rodada de afrouxamento quantitativo não é iminente, a despeito da recente bateria negativa de indicadores econômicos norte-americanos. Hoje, porém, houve uma trégua e os pedidos de auxílio-desemprego feitos nos EUA na primeira semana do mês caíram bem mais que o esperado, ao menor nível desde março de 2008.

O dado, contudo, apenas reduziu parcialmente a forte queda exibida pelo índice futuro do S&P 500, de -0,67%, no horário acima. Na Europa, o destaque ficava para as perdas de 2,16% e de 1,63% dos mercados em Madri e em Milão. No fim do dia, a China anuncia números sobre o PIB no trimestre passado, além das vendas no varejo e da atividade industrial em junho.


Aqui no Brasil, o Copom cumpriu o previsto e baixou a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto porcentual, para a nova mínima histórica de 8%. A economia fraca e a inflação menor justificaram a decisão unânime do colegiado. Porém, os números do IBC-Br, indicador tido como uma prévia do PIB brasileiro, mostraram que no mês em que o BC reduziu a Selic para o mínimo, até então, de 8,5%, a atividade começou a dar sinais de melhora.

O IBC-Br caiu 0,02% em maio ante abril, com ajuste, e subiu 1,09% na comparação com maio do ano passado, sem ajuste. Ambos os resultados superaram o teto dos intervalos das estimativas coletadas pelo AE Projeções e esfriam, parcialmente, as apostas de uma Selic abaixo de 7,5% ao final do ano.

Segundo o próprio BC, a estratégia de redução dos juros básicos é percebida com um atraso de, pelo menos, seis meses na economia. No período de março a maio de 2012, o IBC-Br avançou 0,07%, com ajuste.

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