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Bovespa fecha sessão de volume reduzido em alta de 0,85%

Investidores ficaram mais aliviados com o cenário político, após o TSE adiar o julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer

B3: "A posição do governo Temer está mais confortável agora do que ontem ou hoje cedo", disse o operador da corretora BGC Liquidez (Rafael Von Zuben/Divulgação)

B3: "A posição do governo Temer está mais confortável agora do que ontem ou hoje cedo", disse o operador da corretora BGC Liquidez (Rafael Von Zuben/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 4 de abril de 2017 às 18h30.

São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou em alta nesta terça-feira, em um pregão de volume reduzido, com investidores mais aliviados com o cenário político local, após o Tribunal Superior Eleitoral adiar o julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer.

O Ibovespa subiu 0,85 por cento, a 65.768 pontos, próximo da máxima do dia, após recuar 0,34 por cento na mínima da sessão.

O giro financeiro foi o menor em quase dois meses, somando 5,79 bilhões de reais, muito abaixo do volume médio diário do mês passado, de 8,22 bilhões de reais.

O TSE decidiu nesta terça-feira ouvir mais quatro pessoas no julgamento da ação que pede a cassação da chapa eleita em 2014 para a Presidência da República, formada por Dilma Rousseff e Michel Temer, além de conceder, após os depoimentos, um novo prazo de cinco dias para que as partes apresentem as alegações finais.

A expectativa é que o processo seja retomado apenas no mês de maio, quando o TSE provavelmente terá mudanças em sua composição.

"A posição do governo Temer está mais confortável agora do que ontem ou hoje cedo", disse o operador da corretora BGC Liquidez Alexandre Soares, acrescentando que o alívio em relação à possibilidade de afastamento de Temer pode favorecer a percepção de avanço das reformas aguardadas para a retomada da economia.

Sobre as reformas, as atenções seguem voltadas, principalmente, para a da Previdência.

Na véspera, o relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), afirmou que deve apresentar seu parecer até a quarta-feira da próxima semana e que até lá deve se reunir com bancadas e discutir o texto em busca de consenso com deputados e senadores.

Destaques

- VALE PNA avançou 3,54 por cento e VALE ON teve alta de 3,86 por cento, após cair nos três pregões anteriores. Segundo operadores, as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que seu projeto de infraestrutura pode atingir 1 trilhão de dólares, também ajudaram a impulsionar as ações da Vale e de algumas empresas do setor de siderurgia e mineração.

- BRASKEM PNA subiu 3,04 por cento. A empresa informou na véspera que concluiu a venda da distribuidora de produtos químicos quantiQ para a GTM, com o recebimento de 450 milhões de reais e com o saldo de 100 milhões de reais esperado para até 12 meses. A empresa havia anunciado o acordo para venda da quantiQ em 10 de janeiro.

- SUZANO PAPEL E CELULOSE PNA ganhou 1,98 por cento e FIBRIA ON teve alta de 2,47 por cento. Segundo analistas do Credit Suisse, dados divulgados nesta manhã mostraram aumento nos preços da celulose fibra curta na Europa de quase 1 por cento, para 729,1 dólar por tonelada. Os números para a China não foram divulgados devido a feriado no país.

- PETROBRAS PN subiu 1,23 por cento e PETROBRAS ON avançou 0,72 por cento, acompanhando os ganhos nos preços do petróleo no mercado internacional, que avançaram amparados na interrupção não planejada no Mar do Norte e expectativas de queda em estoques dos Estados Unidos.

- JBS ON perdeu 1,38 por cento, engatando a sétima sessão seguida de perdas, com as ações da empresa ainda sendo impactadas pelos desdobramentos da operação Carne Fraca. Além disso, mais recentemente o papel também reagiu ao afastamento pela Justiça de Joesley Batista da presidência da holding J&F, controladora da JBS, acusado de ter descumprido termo de acordo no âmbito da operação Greenfield. Nos sete pregões, o papel acumulou queda de 8,4 por cento.

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