Mercados

Bovespa fecha em queda de 0,57% com desvalorização do iuane

O Ibovespa fechou em queda, pressionado por Vale, Petrobras e desvalorização da moeda chinesa


	Mulher passa em frente a logotipo da Bovespa
 (Nacho Doce/Reuters)

Mulher passa em frente a logotipo da Bovespa (Nacho Doce/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2015 às 18h14.

São Paulo - A Bovespa encerrou em queda nesta terça-feira, pressionada por Vale e Petrobras, na esteira do recuo das commodities após a China desvalorizar a moeda a fim de frear a desaceleração econômica.

O principal índice da bolsa paulista reduziu a baixa nos ajustes de fechamento, após decisão da agência de classificação de risco Moody's de rebaixar o rating do Brasil para Baa3, mas melhorar a perspectiva da nota para estável.

O Ibovespa caiu 0,57 por cento, a 49.072 pontos. O giro financeiro totalizou 5,77 bilhões de reais.

Após uma leva de dados econômicos fracos, o banco central chinês fixou a taxa de câmbio oficial quase 2 por cento abaixo do nível anterior, a 6,2298 iuanes por dólar --patamar mais baixo em quase três anos.

O BTG Pactual disse que a decisão do BC chinês foi mais uma medida para estimular a segunda maior economia do mundo e que, de modo geral, tem efeito negativo sobre as ações atreladas a commodities. Mas os analistas do banco avaliaram, no entanto, que se for uma movimento único, esse impacto deve ser limitado.

O BTG avalia que o setor siderúrgico é o mais afetado, com mineradoras experimentando efeito misto, enquanto papel e celulose deve sofrer impacto mínimo. "Continuamos cautelosos", disseram os analistas do banco em nota a clientes. Wall Street endossou o viés negativo na bolsa paulista, com o S&P 500 terminando em queda de quase 1 por cento, também sob efeito da surpreendente movimento do BC chinês. O índice de commodities da Thomson Reuters recuou 1,55 por cento. Do front local, balanços corporativos seguiram no foco, conforme a safra de resultados entra na fase final, assim como o cenário político, com destaque para medidas apresentadas pelo presidente do Senado para enfrentar a crise.

Renan Calheiros (PMDB-AL) expôs um pacote de sugestões, com eixos temáticos focados na melhoria do ambiente de negócios, equilíbrio fiscal e proteção social, e foi elogiado pela presidente Dilma Rousseff.

Para o Bank of America Merrill Lynch, o anúncio dessas novas medidas pode reduzir o ruído político, embora, conforme o relatório da casa nesta terça-feira, o mercado provavelmente seguirá cético até a implementação real das medidas.

DESTAQUES =VALE fechou com as preferenciais em queda de 5,11 por cento e com as ordinárias caindo 3,88 por cento diante do cenário desfavorável para commodities no exterior, após decisão chinesa de desvalorizar sua moeda. Entre as siderúrgicas, GERDAU e USIMINAS recuaram cerca de 3 por cento, enquanto CSN perdeu 3,75 por cento.

=PETROBRAS fechou com queda de 1,21 por cento nas preferenciais e de 0,36 por cento nas ordinárias, conforme o petróleo despencou pressionado ainda pelo aumento nas projeções da Opep para a oferta de petróleo por países não membros do cartel em 2015.

=BB SEGURIDADE caiu 1,88 por cento, mesmo após divulgar balanço do segundo trimestre considerado sólido por analistas, com lucro de 1,2 bilhão de reais. A corretora Brasil Plural considerou os números fortes, mas destacou como ponto negativo a revisão para baixo na expectativa de crescimento dos prêmios emitidos neste ano no segmento SH1, que reúne produtos de vida e para o agronegócio.

=GOL subiu 5,12 por cento, tendo avançado quase 10 por cento na máxima, sem notícias específicas capazes de explicar o movimento, segundo operadores ouvidos pela Reuters. O papel está entre as ações difíceis de encontrar para alugar, suscetível a sofrer "short squeeze", quando agentes que alugaram o papel para vender precisam cobrir suas posições. A forte queda do petróleo é um fator favorável ao papel, embora a alta do dólar ante o real atue como contrapeso. A companhia divulga resultado trimestral na quinta-feira.

=BR PROPERTIES avançou 4,18 por cento, após a empresa de gestão de ativos imobiliários divulgar que celebrou com a Brookfield acordos para a venda de ativos imobiliários nas cidades de Rio de Janeiro e São Paulo e de participação societária por cerca de 2,079 bilhões de reais.

=CCR subiu 2,58 por cento depois de divulgar na noite da véspera queda de 33,4 por cento no lucro líquido do segundo trimestre. O Ebitda ajustado foi de 845,2 milhões de reais, avanço de 6 por cento ano a ano. Em teleconferência com analistas, a empresa afirmou que espera melhora de indicadores de tráfego no segundo semestre e que pretende manter política de dividendos.

=IMC, que não está no Ibovespa, despencou 13,46 por cento, a maior queda do índice de Small Caps após a empresa de alimentação divulgar resultado no segundo trimestre, que mostrou alta de 10,7 por cento nas vendas de mesmas lojas, enquanto o Ebitda caiu 7,9 por cento na base anual. Em relatório a clientes, o BTG considerou os dados de modo geral fracos, com o desempenho das vendas ajudado pelo efeito cambial nos mercados onde a companhia opera.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresCâmbioCapitalização da PetrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisIbovespaIndústria do petróleoIuaneMercado financeiroMineraçãoMoedasPetrobrasPetróleoSiderúrgicasVale

Mais de Mercados

Valorização da xAI e SpaceX coloca empresas de Musk em novos patamares

Ibovespa opera estável à expectativa do pacote de ajuste fiscal e de olho na Cúpula do G20

Explosão atinge fábrica da Braskem em Camaçari, na Bahia

Petrobras (PETR3): Conselho avalia nesta semana planos estratégicos para os próximos anos