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Bovespa fecha em alta com expectativa de estímulo do BCE

O Ibovespa fechou em alta de quase 3%, diante da expectativa de que o Banco Central Europeu anuncie um programa de compra de bônus


	Bovespa: giro financeiro da Bovespa totalizou R$ 6,4 bilhões
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Bovespa: giro financeiro da Bovespa totalizou R$ 6,4 bilhões (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 17h21.

São Paulo - O principal índice de ações brasileiro fechou em alta de quase 3 por cento nesta quarta-feira, diante da expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) anuncie um programa de compra de bônus em sua reunião na quinta-feira, reforçando a liquidez do sistema financeiro mundial.

O Ibovespa encerrou o dia com valorização de 2,81 por cento, a 49.224 pontos, acompanhando a quinta alta consecutiva de ganhos das bolsas europeias. O giro financeiro da Bovespa totalizou 6,4 bilhões de reais.

A Comissão Executiva do BCE propôs um programa de quantitative easing (QE) que deve levar o banco central europeu a comprar cerca de 50 bilhões de euros (58 bilhões de dólares) em bônus soberanos por mês a partir de março, afirmou uma fonte da zona do euro.

"A notícia influencia o mercado aqui por vários fatores, entre eles porque com mais dinheiro circulando (na Europa), fundos estrangeiros podem comprar ações aqui e a economia de lá pode crescer mais, aumentando exportações do Brasil, por exemplo", disse o gerente de renda variável da H. Commcor, Ariovaldo Santos.

Para o analista da Guide Investimentos Luis Gustavo Pereira, o possível anúncio do programa traria liquidez maior que a esperada para o sistema financeiro como um todo, o que por si só já é positivo para mercados emergentes, mas ainda há incertezas sobre os detalhes do pacote. As ações de Itaú Unibanco e Bradesco, que sozinhas têm cerca de 20 por cento da participação no Ibovespa, deram as maiores trações ao índice, ao lado da ação preferencial da Petrobras, com alta de 5,36 por cento.

Além da notícia sobre o BCE, a ação da petroleira continuou influenciada pelo anúncio de que repassará aos preços a elevação de tributos sobre combustíveis anunciada pelo governo federal, o que foi interpretado como um sinal de menor intervenção estatal na companhia.

A Oi teve a alta mais expressiva do pregão, de 10,35 por cento, na véspera da crucial assembleia geral de acionistas da Portugal Telecom SGPS sobre a venda dos ativos portugueses da Oi à francesa da Altice, com o mercado apostando em uma aprovação do negócio.

A reunião dos acionistas já foi adiada uma vez, depois que opositores à venda disseram que a operação infringia os acordos da fusão do ano passado entre a Oi e Portugal Telecom.

"Todos os acionistas (da PT SGPS) estão querendo resolver essa situação", disse o analista Celson Plácido, estrategista da XP Investimentos. "(Bloquear a venda) complicaria a situação para todo mundo, inclusive para os próprios acionistas da PT SGPS." Natura também apareceu entre as principais altas, avançando 6,5 por cento, depois de associação do setor de cosméticos afirmar que as fabricantes querem discutir com o governo federal as implicações do aumento da carga tributária do setor anunciada na segunda-feira.

Por sua vez, a ação da Even teve alta de 4,46 por cento na esteira dos dados operacionais divulgados pela construtora e incorporadora na noite da véspera.

Os lançamentos da empresa atingiram 1,014 bilhão de reais no último trimestre do ano passado, enquanto as vendas contratadas somaram 508 milhões de reais.

Analistas do Citi afirmaram em relatório que os lançamentos superaram suas previsões e as vendas ficaram em linha com o esperado. "Atribuímos a superação da previsão a dois projetos lançados na região Sul do Brasil, somando 94 milhões de reais, que não eram esperados para 2014", escreveram.

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