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Bovespa ajusta foco ao exterior

Os ganhos ficam vulneráveis ao desempenho dos mercados internacionais, em dia de agenda econômica forte nos EUA e de vencimento quádruplo em Nova York

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2012 às 10h56.

São Paulo - Após responder negativamente à percepção de que o juro básico no Brasil será maior que o esperado inicialmente ao final do ciclo de ajuste da política monetária, a Bovespa deve retornar ao terreno positivo hoje. Mas os ganhos ficam à mercê do desempenho dos mercados internacionais, em dia de agenda econômica forte nos EUA e de vencimento quádruplo em Nova York. O Ibovespa abriu em alta e, às 10h46, subia 0,19%.

Para o operador da mesa de renda variável da Renascença Corretora, Luiz Roberto Monteiro, o cenário para a Bolsa ainda é promissor, principalmente neste primeiro semestre. "Ainda há espaço para novas altas, rumo aos 70 mil/72 mil pontos até junho", avalia, apesar da decepção dos mercados financeiros com o recado dado pelo Comitê de Política Monetária, ontem, de que deve cortar a taxa Selic somente até 9%.

O profissional ressalta, contudo, que é preciso repensar as estratégias de alocação. "(O investidor) Tem de tomar cuidado com alguns setores que estão muito esticados e avaliar quais ações ainda têm espaço para subir", comenta. Nesse sentido, é válido lembrar que o governo federal fez mais um esforço para evitar que os exportadores sejam prejudicados pela cruzada contra a valorização do real.

Segundo medida cambial publicada hoje no Diário Oficial da União, os exportadores estão isentos do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em operações com derivativos cambiais para cobertura de riscos que somem até 1,2 vez o volume exportado no ano anterior. Antes, essa alíquota estava fixada em 1,0%.

Mas deve ser o cenário externo quem irá ditar o tom dos negócios locais. Os índices futuros em Wall Street aceleram a alta exibida desde o começo do dia depois dos dados de inflação anunciados há pouco.

O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 0,4% em fevereiro ante janeiro, ante previsão de alta de 0,5%, sendo que o núcleo do indicador avançou 0,1%, na mesma base de comparação, também abaixo da expectativa de +0,2%. Foi a maior alta mensal do CPI desde abril do ano passado, puxada pelo aumento dos custos com combustíveis. No horário acima, o futuro do S&P 500 subia 0,29%.

Vale ressaltar que hoje é dia de vencimento quádruplo (quadruple witching) em Nova York, em que vencem simultaneamente contratos futuros e opções sobre índices e ações nas bolsas, o que deve aguçar a volatilidade dos negócios por lá, especialmente nas últimas horas de negociação. No Brasil, hoje é a última sessão antes do vencimento de opções sobre ações, na próxima segunda-feira.

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