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Bolsas de NY abrem atentas à fala de dirigentes do FED

Em dia sem anúncio previsto de indicadores econômicos, as atenções devem se voltar para as apresentações de quatro dirigentes do FED


	Lançamento do novo iPhone no Japão: no mundo corporativo, a expectativa do dia é para os papéis da Apple
 (Toru Hanai/Reuters)

Lançamento do novo iPhone no Japão: no mundo corporativo, a expectativa do dia é para os papéis da Apple (Toru Hanai/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2013 às 10h53.

Nova York - As bolsas norte-americanas devem iniciar o pregão desta sexta-feira, 20, sem rumo claro, sinalizam os índices futuros. Em dia sem anúncio previsto de indicadores econômicos, as atenções devem se voltar para as apresentações de quatro dirigentes do Federal Reserve (FED, o banco central dos Estados Unidos) ao longo do dia. Nesta manhã, uma rápida entrevista na televisão do presidente da regional de Saint Louis, James Bullard, já repercutiu nos preços do mercado financeiro. O dirigente afirmou que uma pequena redução de estímulos em outubro é possível. Às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro perdia 0,12%, o Nasdaq subia 0,10% e o S&P 500 tinha baixa de 0,05%.

Dos quatro dirigentes que farão apresentações nesta sexta-feira, apenas o presidente do FED de Minneapolis, Narayana Kocherlakota, não tem direito a voto nas reuniões este ano do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), o que deve contribuir para aumentar o interesse nas outras três apresentações.

A primeira delas será feita pela presidente do FED de Kansas City, Esther George. Única dissidente na reunião desta semana do Fomc, ela começa a falar às 13h30 de Brasília e vai apresentar sua visão da economia norte-americana. A justificativa de Esther para votar contra seus companheiros, que decidiram manter inalterada a política monetária, para surpresa de Wall Street, foi preocupações com inflação.

Logo em seguida, às 13h40, em outro evento, o diretor do banco central Daniel Tarullo fala sobre regulação macroprudencial em Connecticut. Em sua última apresentação, em meados de julho, o dirigente já alertava sobre os riscos para a recuperação da economia de um impasse na elevação do teto da dívida do governo norte-americano, tema que tem ganhado espaço em Washington. Na mesma ocasião, ele ressaltou que a política monetária nos EUA ainda deve continuar acomodatícia por mais algum tempo.

O terceiro dirigente com poder de voto no Fomc a falar é o presidente do FED de Saint Louis, James Bullard, que já deu nesta manhã uma entrevista à TV Bloomberg, falando que os dirigentes chegaram muito perto da decisão de reduzir estímulos em setembro e que um corte em outubro é possível, mas ele ponderou que a inflação ainda está em patamar muito baixo. No final de agosto, Bullard chegou a afirmar que era difícil de entender toda esta discussão de redução das compras mensais de ativos considerando que a inflação nos EUA segue persistente abaixo da meta. "Não precisamos ter pressa em relação à redução dos estímulos", declarou no dia 23 do mês passado. Bullard participa de um almoço em Nova York e sua apresentação está prevista para às 13h55 (de Brasília).


O último a falar é o presidente do FED de Minneapolis, Narayana Kocherlakota, às 14h45 (de Brasília). Ele é defensor da política monetária do presidente Ben Bernanke, mas criticou recentemente a comunicação do FED com o mercado financeiro, afirmando que o banco central precisa melhorar a forma como fala com o mercado. Em meio à surpresa dos economistas com as decisões da reunião desta semana, e com muitos deles criticando justamente a comunicação do FED, a apresentação de Kocherlakota deve atrair atenção dos investidores.

"Em uma frase. O atraso em reduzir a compra de ativos é bom, mas a comunicação do FED está em pedaços", escreveu o economista da consultoria Pantheon Macroeconomics, Ian Shepherdson, em um e-mail a investidores avaliando a reunião do Fomc desta semana.

Para o economista sênior da gestora Standard Life Investments, Jeremy Lawson, o FED teve problemas de comunicação, mas parte da culpa também deve ser assumida pelos investidores, que teimaram em não entender a diferença entre dois movimentos diferentes, a redução de compras de ativos e a alta da taxa de juros, levando ao aumento da volatilidade nos preços dos ativos. Pelo lado do FED, faltou uma melhor definição dos critérios necessários para o início da retirada de parte dos estímulos, avalia Lawson em um relatório a clientes.

No mundo corporativo, a expectativa do dia é para os papéis da Apple. Começaram na manhã de hoje as vendas dos novos modelos do iPhone e a expectativa é grande, sobretudo para o primeiro aparelho voltado para o público de menor renda da empresa, o 5C. Ontem no início da noite, já havia uma fila de várias pessoas na porta da loja da Quinta Avenida, em Nova York, interessadas em ser as primeiras a comprar os novos aparelhos.

No pré-mercado, a ação da Apple subia quase 1,4%. Há um ano, os papéis da empresa atingiram a cotação recorde, batendo em US$ 705, mas desde então, com as vendas mais fracas que o esperado do iPhone 5, os preços vêm caindo e esta semana chegaram ao patamar de US$ 470. A expectativa agora dos analistas de tecnologia é de recuperação, sobretudo por conta do celular mais barato, que nos EUA vai custar a partir de US$ 99, em contratos de dois anos, e será vendido em várias cores.

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