Mercados

Bolsas da Europa fecham com direções opostas

Principais índices operaram em baixa, pressionados pela queda dos preços do petróleo, a instabilidade da moeda russa e indicadores fracos na zona do euro


	Bolsa de Londres: o FTSE-100 fechou na máxima do dia, aos 6.336,48 pontos, com alta de 0,07%
 (Jason Alden/Bloomberg)

Bolsa de Londres: o FTSE-100 fechou na máxima do dia, aos 6.336,48 pontos, com alta de 0,07% (Jason Alden/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2014 às 15h03.

São Paulo - Em dia de volatilidade na expectativa sobre a eleição presidencial na Grécia e a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano), as principais bolsas europeias fecharam com direções divergentes nesta quarta-feira, 17.

Durante grande parte da sessão, os principais índices operaram em baixa, pressionados pela queda dos preços do petróleo, a instabilidade da moeda russa e indicadores fracos na zona do euro.

O índice Stoxx 600 recuou 0,28%, para 329,81 pontos.

O Parlamento grego realiza nesta tarde o primeiro turno da eleição presidencial.

Há poucas chances de que o candidato do governo, o ex-comissário da União Europeia Stavros Dimas, seja eleito.

Para isso, são necessários dois terços dos votos dos 300 parlamentares.

Uma segunda rodada está prevista para 23 de dezembro e a terceira para 29 de dezembro. Caso o Legislativo não consiga chegar a um novo nome, serão convocadas eleições diretas.

O temor dos investidores é que o partido de esquerda Syriza, contrário à política de austeridade estabelecida pelos credores da Grécia, chegue ao poder. Apesar do cenário instável, o índice Athex subiu 3,33%, fechando aos 862,06 pontos.

Ainda nesta quarta-feira, o Fed anuncia sua decisão de polícia monetária, em que alguns analistas esperam que o BC norte-americano vá retirar de seu comunicado a expressão "tempo considerável" para a manutenção das taxas de juros nos atuais níveis próximos de zero.

Há expectativa por novas projeções para a economia dos EUA e pelo discurso da presidente da instituição, Janet Yellen, que pode comentar questões do petróleo e da Rússia.

Após se estabilizar no final da tarde de ontem nos Estados Unidos, o petróleo voltou a cair com força na primeira parte desta sessão na Nymex e na ICE, o que pressionou os mercados europeus.

Próximo ao fechamento das bolsas, os dados do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) mostraram que os estoques de norte-americanos de petróleo bruto tiveram uma queda de 847 mil barris na última semana, abaixo da expectativa de recuo de 1,9 milhão de barris.

Embora o rublo tenha se recuperado de mínimas históricas, após Moscou anunciar que vai começar a vender reservas excedentes de moeda estrangeira, além de outras medidas para estabilizar o mercado financeiro local, a deterioração da moeda russa tem gerado apreensão nos mercados globais.

Pesou ainda nas bolsas europeias a inflação anual da zona do euro, que desacelerou em novembro para 0,3%, de 0,4% em outubro, retornando ao menor nível em cinco anos, de acordo com a Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia.

O resultado ficou bem abaixo da meta do Banco Central Europeu (BCE), ligeiramente inferior a 2,0% e reforça a expectativa por medidas de estímulos do BC europeu.

No Reino Unido, o desemprego ficou estável em 6,0% nos três meses até outubro, permanecendo no nível mais baixo desde o terceiro trimestre de 2008.

O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) indicou que a recuperação dos salários é fundamental para a instituição decidir sobre a primeira alta da taxa básica de juros, atualmente na mínima histórica de 0,5%.

O índice FTSE-100 fechou na máxima do dia, aos 6.336,48 pontos, com alta de 0,07%. A bolsa de Paris também teve um resultado positivo e o índice CAC-40 subiu 0,46%, para 4.111,91 pontos.

Em direção divergente, o índice DAX, em Frankfurt recuou 0,20%, para 9.544,43 pontos, com destaque para as ações da Lufthansa, que perderam 2,8%, apesar da pressão nos preços do petróleo.

Em Milão, o FTSE Mib perdeu 0,54%, para 18.569,03 pontos. O Ibex 35, em Madri, recuou 0,32%, para 10.049,50 pontos e o PSI-20 fechou em queda de 0,09, aos 4.736,60 pontos.

Acompanhe tudo sobre:CACDAXFTSEMercado financeiro

Mais de Mercados

A bolsa da América do Sul que pode ser uma das mais beneficiadas pela IA

Ibovespa fecha em queda com incertezas fiscais no radar; dólar sobe para R$ 5,59

Ações da Volvo sobem 7% enquanto investidores aguardam BCE

Reunião de Lula sobre corte de gastos e decisão de juros na Europa: o que move o mercado

Mais na Exame