Mercados

Bolsas chinesas caem com dúvida sobre apoio de Pequim

Em outras partes da Ásia, porém, os mercados tiveram um dia majoritariamente positivo


	Xangai Composto: registrou perda de 0,8% hoje, a 3.205,99 pontos, após chegar a recuar 3,8% ao longo do pregão. Em outras partes da Ásia, porém, os mercados tiveram um dia majoritariamente positivo
 (Getty Images)

Xangai Composto: registrou perda de 0,8% hoje, a 3.205,99 pontos, após chegar a recuar 3,8% ao longo do pregão. Em outras partes da Ásia, porém, os mercados tiveram um dia majoritariamente positivo (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2015 às 06h40.

São Paulo - As bolsas chinesas fecharam em baixa nesta segunda-feira, após acumularem fortes ganhos nas duas sessões anteriores, em meio a uma onda de realização de lucros causada por dúvidas sobre a disposição de Pequim de continuar sustentando as ações locais.

Em outras partes da Ásia, porém, os mercados tiveram um dia majoritariamente positivo.

O Xangai Composto, principal índice acionário chinês, registrou perda de 0,8% hoje, a 3.205,99 pontos, após chegar a recuar 3,8% ao longo do pregão.

A Bolsa de Shenzhen, de menor abrangência, caiu 3,1%, a 1.790,31 pontos, enquanto o ChiNext, formado principalmente por startups, teve queda ainda mais expressiva, de 4,1%, a 1.996,86 pontos.

Incertezas sobre os planos do governo chinês para os mercados acionários pesaram no sentimento do investidor.

Segundo reportagem do jornal britânico Financial Times, Pequim decidiu abandonar a estratégia de sustentar as bolsas locais por meio de compras de ações em larga escala e, em vez disso, vai intensificar os esforços para localizar e punir os suspeitos de "desestabilizarem o mercado".

Líderes chineses acreditam que conduziram mal os esforços de resgate do mercado acionário, ao permitirem que muitas informações se tornassem públicas, de acordo com o FT, que citou autoridades seniores de Pequim.

No entanto, o governo chinês aparentemente interveio nos negócios da tarde de hoje (pelo horário local), ao comprar ações de grandes bancos estatais, segundo Zheng Chunming, analista da Capital Securities.

Já a agência de notícias chinesa Xinhua divulgou que um jornalista financeiro, um regulador e quatro funcionários de uma corretora foram detidos na China por suposta violação de regras do mercado.

A iniciativa veio após esforços anteriores de Pequim para coibir o que descreveu como "operações maliciosas de vendas a descoberto".

Ainda de acordo com a Xinhua, a China vai impor um limite de 16 trilhões de yuans (US$ 2,5 trilhões) às dívidas de governos locais, numa tentativa de abordar um dos principais fatores que prejudicam o crescimento do país.

Na noite desta segunda, a atenção dos investidores vai se voltar para índices de atividade manufatureira e de serviços da China.

Pesquisa do Wall Street Journal aponta que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) oficial do setor industrial chinês provavelmente caiu para 49,8 em agosto, de 50,0 em julho.

Leituras abaixo de 50,0 indicam contração de atividade.

Enquanto isso, comentários feitos por dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) durante o simpósio anual de Jackson Hole, no fim de semana, sugerem que o Fed mantém os planos de elevar os juros básicos pela primeira vez em quase uma década nos próximos meses.

O vice-presidente do Fed, Stanley Fischer, disse que a instituição não deve esperar a inflação dos EUA voltar para 2% para começar a aumentar juros.

Apesar da fraqueza nas bolsas chinesas, outros mercados asiáticos fecharam majoritariamente em alta.

O índice sul-coreano Kospi subiu 0,20% em Seul, encerrando a sessão na máxima intraday de 1.941,49 pontos, enquanto o taiwanês Taiex saltou 1,94%, a 8.174,92 pontos, em meio à avaliação de que o Fundo Nacional de Estabilização está sustentando o mercado, e o Hang Seng, de Hong Kong, avançou 0,27%, a 21.670,58 pontos.

A exceção foi Tóquio, que teve queda de 1,28% no Nikkei, a 18.890,48 pontos.

Na Oceania, prevaleceu o mau humor na bolsa australiana, em meio a preocupações com a economia chinesa e a perspectiva da política monetária nos EUA.

O S&P/ASX 200, que reúne as ações mais negociadas em Sydney, caiu 1,1% , a 5.207,00 pontos. Em agosto, o índice teve desvalorização de 8,6%, a maior desde outubro de 2008. No acumulado do ano, as perdas chegam a 3,8%. 

Acompanhe tudo sobre:AçõesÁsiabolsas-de-valoresChina

Mais de Mercados

Petrobras anuncia descoberta de gás que poderia dobrar reservas na Colômbia

Banco Pine (PINE4) vai distribuir R$ 35,1 milhões em JCP e anuncia aumento de capital

Petróleo dispara 5% após fala de Biden sobre possível ataque a reservas do Irã

Com ações em queda, CEO da dona da Fiat e da Jeep diz que ainda é cedo para falar em dividendos