China: o Xangai chegou a recuar quase 3%, refletindo o fraco desempenho da Ásia na semana passada e após a divulgação da balança comercial da China referente a janeiro (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2016 às 07h54.
São Paulo - As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam majoritariamente em alta nesta segunda-feira, lideradas pelo maior ganho porcentual em Tóquio desde setembro do ano passado, em dia de recuperação após as robustas perdas da semana passada.
O tom positivo prevaleceu na região, apesar de o principal mercado da China, o de Xangai, ter encerrado o dia com perdas moderadas, na esteira de novos dados fracos de comércio externo da segunda maior economia do mundo.
A mão compradora foi favorecida por uma série de fatores da última sexta-feira, que incluíram dados de vendas no varejo dos EUA melhores do que o esperado, avanços de mais de 10% nos preços do petróleo e ganhos nos mercados acionários da Europa e de Nova York.
No Japão, o índice Nikkei saltou 7,16% (ou 1.069,97 pontos), encerrando o dia a 16.022,58 pontos, após acumular desvalorização de 11,1% na semana passada, a maior desde outubro de 2008. Ações que baratearam muito nas últimas sessões, como os dos setores bancário e petrolífero, foram beneficiadas pelo rali em Tóquio.
A recuperação da bolsa japonesa deu fôlego aos negócios de outros mercados na Ásia. Em Hong Kong, o Hang Seng subiu 3,27%, a 18.918,14 pontos, enquanto em Seul, o índice sul-coreano Kospi avançou 1,47%, 1.862,20 pontos, e em Manila, o filipino PSEi teve alta mais modesta, de 0,6%, a 6.692,58 pontos.
O Hang Seng foi em parte impulsionado por um ganho de quase 4% nas ações do HSBC, que tem peso de 10% no índice. O banco britânico decidiu manter sua sede em Londres, após especulação de que poderia mudar-se para Hong Kong.
Na China, os mercados retomaram operações após ficarem fechados na semana passada devido ao feriado do ano-novo chinês. O Xangai Composto, principal índice acionário do gigante asiático, caiu 0,6% hoje, a 2.746,20 pontos, enquanto o Shenzhen Composto, de menor abrangência, terminou o dia estável, a 1.750,02 pontos.
Durante a sessão desta segunda, porém, o Xangai chegou a recuar quase 3%, refletindo o fraco desempenho da Ásia na semana passada e após a divulgação da balança comercial da China referente a janeiro.
No mês passado, as exportações chinesas tiveram queda anual de 11,2%, enquanto as importações recuaram 18,8%. Os resultados frustraram os analistas, que previam quedas bem menores, de 2,4% nas exportações e de 4,6% nas importações.
Por outro lado, o yuan fechou hoje no maior nível ante o dólar este ano, após o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) fazer um forte ajuste para cima na moeda chinesa, por meio de uma taxa de referência diária que baliza os negócios no câmbio.
No fim do dia em Xangai, o dólar estava em 6,4944 yuans, em baixa de 1,2% em relação ao fechamento de 5 de fevereiro, o último dia em que houve negócios nos mercados financeiros da China antes do feriado da semana passada. A variação na taxa de câmbio foi a maior registrada desde 2005.
No mercado taiwanês, que também reabriu hoje, o Taiex registrou alta marginal de 0,04%, a 8.066,51 pontos.
Na Oceania, a bolsa australiana seguiu o tom positivo da região asiática. O S&P/ASX 200, que reúne as empresas mais negociadas em Sydney, avançou 1,6%, a 4.843,50 pontos.
O ganho de hoje compensou parcialmente a perda de 4,2% que o índice australiano teve na semana passada e diminuiu sua desvalorização no ano a 8,5%. O subíndice de ações de energia de Sydney se destacou nesta segunda, com alta de 3,1%. As mineradoras também avançaram, caso da BHP Billiton (+5,9%) e da Rio Tinto (+4,3%).