Bolsa fecha o 3º melhor mês do ano em setembro
Por sua vez, dólar teve uma leve valorização de 0,32% no mês, após subir mais de 8% em agosto
Tais Laporta
Publicado em 30 de setembro de 2019 às 17h41.
Última atualização em 30 de setembro de 2019 às 18h50.
Deixando para trás a performance ruim de agosto, a bolsa brasileira fechou setembro com o terceiro melhor desempenho mensal do ano, acumulando alta de 3,57%. Na última sessão do mês, contudo, o Ibovespa teve um dia morno e terminou em queda de 0,32%, abaixo dos 105 mil pontos. Além disso, ficou mais distante do recorde alcançado em julho.
À espera da votação do texto da Previdência no Senado e também do possível acordo de paz entre China e Estados Unidos, o indicador da B3 acompanhou a cautela no radar dos investidores. Chegou a oscilar entre altas e baixas, mas passou a maior parte do diaquase estável.
O Ibovespa só não foi melhor que em janeiro e junho, quando avançou 10,82% e 4,06%, respectivamente. Com isso, os nove primeiros meses do ano tiveram apenas três meses de variação negativa (fevereiro, março e agosto).
Em uma semana que pode ser crucial para o desfecho da Lava Jato, o mercado também aguarda a conclusão do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode anular as sentenças, entre eles a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O placar favorável à anulação até o momento pode virar na quarta-feira, segundo analistas políticos.
"Nada que afete nossa análise micro sobre as empresas que gostamos para longo prazo, mas é bom ter ciência dos fatos e de suas consequências – mesmo que essas tenham efeito apenas no curto prazo", escreveram em relatório os analistas da Rico Thiago Salomão e Matheus Soares.
Nos EUA, as bolsas não se abalaram pelas notícias de que o presidente dos EUA, Donald Trump, estava pensando em deslistar ações de empresas da China de bolsas nos EUA. Ajudando ainda mais o sentimento, o assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, negou as afirmativas das notícias e as classificou como "fake news". O índice S&P 500 avançou 0,5%.
Destaques do Ibovespa
No setor elétrico, a ação da EDP valorizou 2,56%, em sessão positiva para outras empresas do ramo. A exceção foi ELETROBRAS com a ação preferencial em queda de 0,31%, após notícias recentes sugerindo um processo complicado para a aprovação na capitalização da empresa no Senado.
A estatal paulista de sanemanto SABESP ganhou 2,37%. Analistas do BB Investimentos destacaram em relatório que o novo marco legal do setor deve reduzir barreiras à concorrência e estimular o ingresso de capital privado. "Apesar de pontos críticos ainda não solucionados, enxergamos pontos positivos às empresas listadas do setor."
Dólar sobe 8,2% no 3º tri com incertezas globais
O dólar fechou perto da estabilidade nesta segunda-feira, última sessão de setembro, mês em que teve alta moderada em meio a intervenções do Banco Central, cortes de juros aqui e no exterior e persistentes receios sobre a economia global e a guerra tarifária entre Estados Unidos e China.
Nesta segunda, a moeda teve variação positiva de 0,05% sobre sexta-feira, a 4,1555 reais na venda. Em setembro, a moeda ganhou 0,32%, depois de subir mais de 8% em agosto. No terceiro trimestre, a cotação saltou 8,19%, maior alta para o período desde 2015, quando disparou mais de 33%.