Mesa de operações: dados do IBC-Br de novembro ajudaram a impulsionar Ibovespa (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 16 de janeiro de 2020 às 18h25.
Última atualização em 16 de janeiro de 2020 às 19h00.
As expectativas de uma alta mais expressiva com a assinatura do acordo comercial entre China e Estados Unidos não se concretizaram. Nesta quinta-feira (16), o Ibovespa subiu 0,25% e terminou o pregão em 116.704,21 pontos.
Os primeiros minutos de sessão, no entanto, sugeriam uma recuperação mais robusta, após o índice ter recuado 1,04% na quarta-feira (15). Pela manhã, a bolsa chegou a subir 0,59% impulsionada pelo IBC-Br de novembro, que subiu 0,18% ante o mês anterior. O dado, conhecido por ser uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto), ficou acima das expectativas do mercado, que, segundo pesquisa da agência Reuters, era de uma expansão de 0,1% para o período.
O cenário só foi se inverter no período da tarde, quando o Ibovespa chegou a perder mil pontos em meia hora e entrou em terreno negativo. O movimento repentino causou alguma surpresa em mesas de negociação. Mais cedo, a ONU (Organização das Nações Unidas) informou que espera que o Brasil cresça 1,7% em 2020 - abaixo da projeção da pesquisa Focus, que aponta para um crescimento de 2,4%.
“O investidor brasileiro não dá muita importância [para a perspectiva da ONU], é mais o estrangeiro. Talvez essa pressão vendedora foi de estrangeiros saíndo da Bolsa”, disse Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.
Após a queda mais acentuada, o Ibovespa só teve uma recuperação mais forte nos últimos instantes do pregão.
Os bancos, que vem tendo um ano difícil na Bolsa, foram os que salvaram o índice de mais uma queda. Nesta sessão, o destaque ficou para as ações do Bradesco, que subiram 1,43%. Os papéis do Itaú, Santander e Banco do Brasil se valorizaram 0,2%, 0,87% e 0,45%, respectivamente.
Já a Petrobras teve uma sessão mista, apesar de o petróleo ter operado em alta nesta quinta-feira. As ações ordinárias da estatal subiram 0,32%, mas as preferenciais caíram 0,1%. Os papéis da Vale recuaram 0,52% e também pressionaram o índice para baixo.
Entre os frigoríficos, a Minerva liderou o setor na Bolsa, com suas ações ordinárias subindo 4,1% e suas units, 6,33%. A alta tem no radar a habilitação de duas plantas para exportar para a Arábia Saudita - um dos principais mercados de carne halal do mundo. Os papéis da JBS subiram 0,7% e os da Marfrig, 1,6%, já os da BRF recuaram 1,65%.