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Bolsa recua pelo 2° dia com pressão de blue chips e varejistas

Ibovespa recuou 0,65%, em 106.059 pontos em dia de cautela com acordo entre EUA e China no exterior

Sede da B3, a operadora da bolsa brasileira e do Ibovespa (Cris Faga/Getty Images)

Sede da B3, a operadora da bolsa brasileira e do Ibovespa (Cris Faga/Getty Images)

TL

Tais Laporta

Publicado em 13 de novembro de 2019 às 18h29.

Última atualização em 13 de novembro de 2019 às 18h46.

A bolsa brasileira fechou em queda pelo segundo dia, ficando mais distante de seu último recorde, quando ultrapassou os 109 mil pontos. O desempenho refletiu um intenso noticiário negativo sobre as empresas listadas. Também ficou em linha com a cautela dos investidores no exterior, diante de sinais confusos do presidente americano Donald Trump sobre um possível acordo entre Estados Unidos e China.

O Ibovespa recuou 0,65%, a 106.059 pontos, empurrado pelo mau desempenho de Petrobras e Vale, que sofreram com a queda nos preços das commodities em dia de viés negativo. Na véspera, o índice recuou 1,5%, descolado de Wall Street, em resposta às crescentes tensões na América Latina.

As principais varejistas da bolsa responderam pelas piores perdas do índice, com destaque para a desvalorização das rivais Magazine Luiza e Via Varejo. Enquanto a primeira recuou 2,07%, a segunda sofreu uma queda de 0,99%, segundo dados preliminares.

Mais cedo, as ações da dona de Casas Bahia e Ponto Frio chegaram a recuar mais de 9%, após a empresa comunicar que investiga potenciais fraudes em seus balanços. Chegou a entrar em leilão no início da tarde, e depois passou a operar com uma queda menor. A denúncia foi anunciada no mesmo dia em que a empresa divulga seu balanço financeiro do terceiro trimestre, com expectativa de prejuízo.

Para o presidente da consultoria Mesa Corporate, Luiz Marcatti, mesmo que a Via Varejo consiga comprovar que a irregularidade não existe, a empresa precisará provar sua capacidade de evitar inconsistências contábeis. O fato de a investigação ter ido a público no mesmo dia da divulgação do balanço é um agravante, em sua avaliação.

Já as ações do Magazine Luiza ficaram entre os principais destaques negativos após a companhia ter levantado 4,7 bilhões em sua oferta subsequente de ações (follow-on). O preço do papel foi fixado em 43 reais, praticamente sem desconto. O objetivo é financiar o crescimento e a migração definitiva de rede de varejo para plataforma, e criar seu “superapp”. 

Sinais do Brasil e do exterior

Enquanto isso, o dia foi negativo no exterior, embora Wall Street tenha fechado em diferentes direções. Os índices Dow Jones e S&P 500 atingiram novos recordes nesta quarta, impulsionados por um grande salto nas ações da Walt Disney, mas o Nasdaq recuou, após Trump repetir que os negociadores dos EUA e chineses estão “próximos” de uma “fase um” de um acordo comercial, mas também afirmar que aumentaria as tarifas dos produtos chineses “substancialmente” se não chegassem a um consenso.

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No Brasil, dados do varejo indicaram sinais de recuperação no setor, que registrou o melhor resultado para setembro em dez anos, quadro que poderia beneficiar empresas do segmento de consumo. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Brasil está em negociação com a China sobre a possibilidade de livre comércio entre os dois países. Os líderes dos cinco países do BRICS realizam encontro em Brasília para discutir o estímulo de investimentos entre os países.

Outros destaques do dia

O grupo de educação Cogna (ex-Kroton)subiu 1,79%, após divulgar um lucro líquido ajustado de 208,6 milhões de reais no terceiro trimestre, uma queda de 41,6% sobre o resultado de um ano antes. A empresa informou que espera cumprir suas estimativas de desempenho para o ano ao prever um resultado dos três últimos meses de 2019 bastante forte. No setor, Yduqs avançou 2,3%.

A processadora de carnes BRF caiu 0,93%, enquanto JBS  e Marfrig também fecharam em baixa. Na véspera, as três empresas tiveram plantas aprovadas para exportações para a China. Fontes também disseram que o BNDES pediu propostas a bancos de investimento para iniciar a venda de sua participação na JBS.

A construtora MRV teve desvalorização de 0,51%, após reportar lucro líquido de 160 milhões de reais no terceiro trimestre, queda de 8% com relação ao mesmo período do ano passado.

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