Tóquio - A Bolsa de Tóquio fechou em alta pela nona semana seguida, o mais longo avanço semanal consecutivo desde 1988, beneficiada pelo enfraquecimento do iene depois que o governo do Japão anunciou um pacote de estímulo à economia e um déficit em conta corrente maior do que o esperado.

O índice Nikkei subiu 1,4%, para 10.801,57 pontos, fechando acima de 10.800 pontos pela primeira vez desde o fevereiro de 2011. Na semana, o Nikkei avançou 1,1%.

Desde o começo de 2013 o Nikkei acumulou ganhos de 3,9% e desde 14 de novembro do ano passado - quando relatos sobre eleições antecipadas no país geraram especulações sobre uma mudança para um governo mais amigável ao mercado - o avanço no índice totalizou 25%.

As empresas exportadoras foram as principais ganhadoras na sessão desta sexta-feira. Mazda Motor avançou 4,6% e Nikon fechou em alta de 3,3%. Entre as fabricantes de equipamentos para construção, Komatsu teve valorização de 1,6% e Hitachi Construction Machinery ganhou 2,2%.

---

Sharp saltou 12,6%, ajudada também pela notícia de que os dois principais fornecedores de crédito para a companhia, Mizuho Corporate Bank e Bank of Tokyo-Mitsubishi UFJ, estão considerando oferecer até 200 bilhões de ienes para a empresa debilitada. Tokyo Electric Power, proprietária da usina Daiichi, em Fukushima, que esteve no centro da crise nuclear após o terremoto de março de 2011, subiu 5,7%.

O governo recém-eleito do Partido Liberal Democrático (PLD), do primeiro-ministro Shinzo Abe, aprovou nesta sexta-feira um pacote de 10,3 trilhões de ienes (US$ 115,7 bilhões) para estimular a economia japonesa e disse que pretende reforçar os laços com o Banco do Japão (BoJ). Segundo Abe, o pacote é uma medida poderosa e necessária para impulsionar o crescimento da estagnada economia doméstica.

Também foi divulgado pelo governo um aumento no déficit em conta corrente, que é a medida mais ampla do comércio do Japão com o restante do mundo, para 222,4 bilhões de ienes em novembro, muito acima do déficit de 33,5 bilhões de ienes previsto pelos economistas.

Nesse contexto, o iene se enfraqueceu e o dólar atingiu 89,36 ienes, o nível mais alto desde junho de 2010. Às 7h25 (de Brasília), o dólar subia para 88,98 ienes, de 88,78 ienes no fim da tarde de ontem. As informações são da Dow Jones.