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Bolsa chega a seis quedas consecutivas pela primeira vez desde 2017

Ibovespa recua 0,38% e passa a acumular queda em 2020

Bolsa: Ibovespa registra sexta queda consecutiva e passa a acumular queda no ano (Paulo Whitaker/Reuters)

Bolsa: Ibovespa registra sexta queda consecutiva e passa a acumular queda no ano (Paulo Whitaker/Reuters)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 10 de janeiro de 2020 às 18h23.

Última atualização em 10 de janeiro de 2020 às 19h13.

São Paulo - Sem ajuda dos principais mercados internacionais, que voltaram a fechar no vermelho após dois dias de alta, a Bolsa fechou em queda pela sexta vez consecutiva - feito que não acontecia desde setembro de 2017, há 27 meses. Nesta sexta-feira (10), o Ibovespa caiu e 0,38% e encerrou o pregão em 115.503,42 pontos, revertendo os ganhos do dia 2, quando o índice registrou seu último recorde nominal. Na semana, a Bolsa caiu 1,87% e acumula perdas de 0,12% no ano. 

Nos Estados Unidos, o Dow Jones recuou 0,46%, após bater máxima histórica nas primeiras horas de negociação. Por lá, os números do payroll revelou desaceleração do mercado de trabalho local em dezembro. De acordo com o relatório, 145 mil empregos não agrícolas foram gerados na economia americana - quase a metade do registrado em novembro. O resultado também ficou abaixo das expectativas do mercado, que projetava crescimento de 164 mil vagas. Ainda assim, a taxa de desemprego americana ficou em 3,5% - o menor patamar em 50 anos.

De acordo com analistas da Guide Investimentos, o resultado tem forte impacto na política monetária dos Estados Unidos. "Com base nesses números, acreditamos que o Fed deverá manter o discurso apresentado em dezembro e esperamos que a taxa de juros fique estacionada em seu atual intervalo de 1,50% - 1,75%", escreveram em relatório a clientes.

Por aqui, o IPCA de dezembro também surpreendeu negativamente o mercado. No mês, a inflação avançou 1,15% puxada pelo preço da carne e terminou o ano em 4,31% contra a projeção de 4,13% expressa no boletim Focus - o que também sugerem estabilização dos juros, segundo analistas da Guide. 

"Se por um lado a inflação acima do centro da meta indiquem maior parcimônia em possíveis novos cortes, por outro, a elevada ociosidade da economia brasileira abre espaço para a continuidade do ciclo de afrouxamento. Como existem duas foças em direção opostas para a dinâmica do juro, espera-se uma certa neutralização", escreveram.

Ações

A bolsa brasileira chegou a operar em terreno positivo pela manhã, mas não conseguiu quebrar a sequências de desvalorizações. A sexta queda do Ibovespa foi puxada mais uma vez pelos bancos, que ocupam cerca de 20% da carteira do índice. 

Ameaçados pelo crescimento das fintechs, os grandes bancos vêm operando em queda na bolsa. Ontem o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que pretende introduzir ainda mais competição no ambiente, o que acelerou ainda mais as quedas dos papéis do setor. Nesta sexta-feira, as ações do Banco do Brasil caíram 2,35%, as do Bradesco, 1,82%, as do Itaú 0,89% e as do Santander, 0,85%.

Os papéis do Petrobras também não ajudaram o Ibovespa a conter sua sexta queda do ano, tendo no radar a depreciação do petróleo. Com os distensionamento das relações entre Irã e Estados Unidos, a commodity operou pelo quarto dia seguido no vermelho. A ação ordinária da estatal caiu 0,4% e a preferencial, 0,43%.

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