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Bolsa brasileira é mais resistente que economia

A Bovespa continuará com domínio sobre outros negócios enquanto se expande em setores diferentes

Uma mulher bebe café em frente à bolsa de valores BM&F&Bovespa em São Paulo: o único ponto instável é a alavancagem operacional da bolsa (Nacho Doce/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2012 às 19h21.

Nova York - A bolsa de valores brasileira tem se mostrado mais resistente do que a economia do país. A BM&FBovespa enfrentou deslistagens e uma escassez de ofertas públicas iniciais (IPOs, na sigla em inglês) neste ano. É possível que logo surjam bolsas rivais, também. Mas a Bovespa continuará com domínio sobre outros negócios enquanto se expande em setores diferentes.

Este ano tem sido difícil para a terceira maior bolsa de valores do mundo. Até o final de julho, a Bovespa viu apenas 4,8 bilhões de dólares em IPOs e em ofertas subsequentes de ações. É menos de um quinto do total inicialmente projetado para o ano. E há anúncios de deslistagens, como da a LLX, empresa de logística do bilionário Eike Batista, e a processadora de pagamentos em cartão de crédito Redecard, que está sendo engolida pelo Itaú.

A Bovespa também enfrenta a perspectiva de mais competição: as bolsas norte-americanas Direct Edge e BATS Trading estão avaliando conseguir um pedaço do negócio de ações no país.

Mas nada disso é tão ruim quanto parece. A receita com tarifas de listagem equivale a apenas 2 por cento do total. E cerca de 70 por cento da receita com ações --responsável por quase metade do total-- não vem de negociações, mas de compensação e liquidação de ordens. Todas as negociaçoes de ações no Brasil precisam ser liquidadas por uma clearing. Isso gera muitos custos adicionais para players que desejam desafiar a Bovespa, que controla a única clearing desse mercado no país.


Além disso, a Bovespa controla o mercado de derivativos negociados em bolsa, que foi responsável por 43 por cento de sua receita no segundo trimestre. E o presidente-executivo Edemir Pinto está desafiando a rival Cetip no setor de negociações no mercado de balcão envolvendo derivativos. É um negócio de margens maiores do que compensações e negociações de ações, então mesmo um sucesso modesto pode impulsionar seus resultados.

O único ponto instável é a alavancagem operacional da Bovespa. O crescimento trimestral no lucro líquido geralmente não corresponde ao crescimento na receita, o que implica uma necessidade de mais rigidez sobre os custos -- uma questão com a qual os executivos da bolsa estão lidando.

De maneira geral, entretanto, a diversidade da Bovespa e sua dominância do mercado de clearing continuam fortes. Isso pode protegê-la de uma economia que sofre de crescimento mais lento do Produto Interno Bruto e de problemas envolvendo o crédito ao consumidor.

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Nova York - A bolsa de valores brasileira tem se mostrado mais resistente do que a economia do país. A BM&FBovespa enfrentou deslistagens e uma escassez de ofertas públicas iniciais (IPOs, na sigla em inglês) neste ano. É possível que logo surjam bolsas rivais, também. Mas a Bovespa continuará com domínio sobre outros negócios enquanto se expande em setores diferentes.

Este ano tem sido difícil para a terceira maior bolsa de valores do mundo. Até o final de julho, a Bovespa viu apenas 4,8 bilhões de dólares em IPOs e em ofertas subsequentes de ações. É menos de um quinto do total inicialmente projetado para o ano. E há anúncios de deslistagens, como da a LLX, empresa de logística do bilionário Eike Batista, e a processadora de pagamentos em cartão de crédito Redecard, que está sendo engolida pelo Itaú.

A Bovespa também enfrenta a perspectiva de mais competição: as bolsas norte-americanas Direct Edge e BATS Trading estão avaliando conseguir um pedaço do negócio de ações no país.

Mas nada disso é tão ruim quanto parece. A receita com tarifas de listagem equivale a apenas 2 por cento do total. E cerca de 70 por cento da receita com ações --responsável por quase metade do total-- não vem de negociações, mas de compensação e liquidação de ordens. Todas as negociaçoes de ações no Brasil precisam ser liquidadas por uma clearing. Isso gera muitos custos adicionais para players que desejam desafiar a Bovespa, que controla a única clearing desse mercado no país.


Além disso, a Bovespa controla o mercado de derivativos negociados em bolsa, que foi responsável por 43 por cento de sua receita no segundo trimestre. E o presidente-executivo Edemir Pinto está desafiando a rival Cetip no setor de negociações no mercado de balcão envolvendo derivativos. É um negócio de margens maiores do que compensações e negociações de ações, então mesmo um sucesso modesto pode impulsionar seus resultados.

O único ponto instável é a alavancagem operacional da Bovespa. O crescimento trimestral no lucro líquido geralmente não corresponde ao crescimento na receita, o que implica uma necessidade de mais rigidez sobre os custos -- uma questão com a qual os executivos da bolsa estão lidando.

De maneira geral, entretanto, a diversidade da Bovespa e sua dominância do mercado de clearing continuam fortes. Isso pode protegê-la de uma economia que sofre de crescimento mais lento do Produto Interno Bruto e de problemas envolvendo o crédito ao consumidor.

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