Bolsa tem alta com exterior e recuperação de bancos
Siderúrgicas Usiminas e CSN sobem forte com aumento de preço do aço no radar
Reuters
Publicado em 22 de janeiro de 2020 às 10h20.
Última atualização em 22 de janeiro de 2020 às 12h32.
São Paulo — A bolsa paulista esboçava uma melhora nesta quarta-feira, apoiada principalmente no viés relativamente positivo de mercados acionários no exterior e na recuperação das ações de bancos brasileiros, com noticiário corporativo também no radar, em particular a oferta de ações da Petrobras.
Às 12:29, o Ibovespa subia 0,55%, a 117.675,03 pontos. O volume financeiro somava 6,99 bilhões de reais.
Na véspera, o Ibovespa fechou em baixa de 1,54%, a 117.026,04 pontos, com forte declínio de papéis de bancos e da Vale, além de receios sobre novo vírus na China, que contaminou os mercados globais.
A aversão ao risco ganhou força na terça-feira devido a um novo tipo de coronavírus identificado na China, com preocupações relacionadas ao risco de contágio mais rápido diante da proximidade do feriado do ano novo chinês, que aumenta a circulação de pessoas no país.
"A transparência e a rápida reação das autoridades chinesas têm ajudado a aliviar as preocupações", observou a equipe do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, ponderando, contudo, que, apesar de ensaiar uma recuperação, os mercados seguem atentos ao novo vírus na China.
Investidores também monitoram o Fórum Econômico Mundial, em Davos.
No Brasil, agentes financeiros também repercutiam melhora na avaliação positiva do governo do presidente Jair Bolsonaro, que subiu para 34,5% em janeiro, ante 29,4% em agosto do ano passado, conforme pesquisa CNT/MDA.
Análise técnica da Safra aponta que o Ibovespa tem uma tendência de alta com a próxima resistência em 117.220 pontos e o seu rompimento abriria caminho para um movimento de realização maior no curto prazo. No campo inferior, o próximo suporte importante se encontra em 115.673 pontos, acrescentou.
Destaques
- PETROBRAS ON cedia 0,4%, após anúncio de oferta secundária na qual o BNDES pode vender até 734,2 milhões de ações ordinárias, em operação que deve ser precificada no dia 5 de fevereiro. PETROBRAS PN perdia 0,2%, com a queda nos preços do petróleo no exterior também como pano de fundo.
- ITAÚ UNIBANCO PN subia 1% e BRADESCO PN avançava 0,4%, após perdas expressivas na véspera, conforme o setor segue pressionado neste ano por preocupações sobre os possíveis efeitos nos resultados dos bancos por mudanças regulatórias, maior competição, juros menores e aumento na tributação.
- USIMINAS PNA saltava 9,5%, tendo no radar relatório do Bradesco BBI citando possibilidade de reajuste de 10% no preço de aços planos para distribuidores e definindo a companhia como sua preferida. CSN ON subia 5,25% e GERDAU PN tinha queda de 0,2%.
- VALE ON mostrava acréscimo de 0,45%, ainda enfraquecida pela denúncia por crimes relacionados o rompimento de uma barragem em Brumadinho (MG), em 25 de janeiro do ano passado.
- ELETROBRAS ON avançava 5,3%, também entre as maiores altas. Analistas do Itaú BBA iniciaram a cobertura da ação, com recomendação 'outperform', citando balanço muito atrativo entre riscos e retornos, com substancial espaço de alta se a companhia for privatizada e espaço de queda relativamente limitado se o governo federal abrir mão da mesma.
- MARFRIG ON perdia 3,7%, em sessão negativa para empresas de proteínas, com JBS ON cedendo 2,9% e BRF ON caindo 1,2%. Reportagem do Valor Econômico nesta quarta-feira disse que desde dezembro importadores chineses vêm impondo descontos de pelo menos 1 mil dólares por tonelada sobre cargas que já estavam no mar ou até mesmo nos portos do país. No começo da semana, o jornal Folha de S.Paulo noticiou que a China estava buscando renegociar os preços de carne bovina do Brasil.
- MINERVA ON, que não está no Ibovespa, perdia 4,5%, também pressionada por relatório do Goldman Sachs, que cortou a recomendação da ação a 'venda', citando que o preço atual reflete totalmente a perspectiva melhor de exportação, mas ignora riscos de baixa, entre eles o de preços maiores de gado.
- KLABIN UNIT avançava 3,3%. A empresa disse na véspera que elevará os preços de celulose de fibra curta e longa em 20 dólares a tonelada para a China para os pedidos com entrega a partir de fevereiro. Também assinou acordos para explorar atividade florestal no Paraná. No setor, SUZANO subia 2,2%.