BofA reduz recomendação para papéis brasileiro no exterior
Bank of America Merrill Lynch reduziu a recomendação de comprar para manter, argumentando que a economia é vulnerável à queda de preços das commodities
Da Redação
Publicado em 25 de junho de 2013 às 10h20.
São Paulo - O Bank of America Merrill Lynch reduziu a recomendação para os papéis da dívida brasileira no exterior, de comprar para manter. Segundo o banco, a economia brasileira é particularmente vulnerável à queda recente dos preços das commodities e à alta dos juros nos Estados Unidos, situação agravada pela piora dos fundamentos do país. Além do Brasil, foram reduzidas as recomendações para papéis do Peru e Indonésia entre os emergentes.
O movimento reflete a expectativa do banco americano de que a alta dos juros nos EUA continuará, impulsionada pela expectativa de retirada dos incentivos monetários ao mercado americano , o Quantative Easing (QE), sinalizado pelo presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, semana passada.
Liquidez alta e fundamentos piores
A combinação de fundamentos fracos e boa liquidez dos mercados locais torna o Brasil uma conveniente oportunidade de venda entre os mercados emergentes para os investidores externos, o que amplia a queda dos preços.
Segundo a Merrill Lynch, os fundamentos da economia brasileira pioraram consideravelmente, com o crescimento abaixo do esperado apesar dos substanciais incentivos fiscais e as taxas de juros historicamente baixas.
“Isso nos levou a reduzir nossas estimativas de crescimento do país de 3,6% para 2,9%para 2013”, diz o banco em relatório. O governo brasileiro hoje teria menos espaço para promover novos estímulos tanto do lado monetário quanto fiscal. Em primeiro lugar, aponta a Merrill Lynch, a relação entre crescimento e inflação se deteriorou significativamente, com os índices de preços se mantendo ao redor de 6,5%, perto do limite da meta, e o Banco Central brasileiro iniciou um ciclo de alta dos juros.
Protestos reduzem espaço para aperto fiscal
Em segundo lugar, o superávit primário do governo tem caído por conta das políticas expansionistas de gastos e o déficit fiscal nominal pode atingir 2,5% do PIB em 2013, o que deixa pouco espaço fiscal para eventuais estímulos.
O governo recentemente anunciou sua intenção de ampliar o superávit primário para 2,3% do PIB.
Porém, os fracos prospectos para o crescimento econômico e os protestos nas ruas colocam um desafio para um aperto fiscal. Outra fonte de volatilidade para o país é um crescente déficit externo de contas correntes, que pode ultrapassar 3% do PIB este ano, especialmente diante de uma redução dos fluxos de capitais para o país.
A Merrill Lynch observa que o Brasil está entre os que possuem a maior concentração de títulos externos de empresas privadas em relação aos do governo, duas vezes a do México. Portanto, a venda de títulos soberanos do governo pode ser a única forma de proteger de uma queda dos papéis ilíquidos de empresas brasileiras, colocando mais pressões de baixa sobre os títulos do governo.
São Paulo - O Bank of America Merrill Lynch reduziu a recomendação para os papéis da dívida brasileira no exterior, de comprar para manter. Segundo o banco, a economia brasileira é particularmente vulnerável à queda recente dos preços das commodities e à alta dos juros nos Estados Unidos, situação agravada pela piora dos fundamentos do país. Além do Brasil, foram reduzidas as recomendações para papéis do Peru e Indonésia entre os emergentes.
O movimento reflete a expectativa do banco americano de que a alta dos juros nos EUA continuará, impulsionada pela expectativa de retirada dos incentivos monetários ao mercado americano , o Quantative Easing (QE), sinalizado pelo presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, semana passada.
Liquidez alta e fundamentos piores
A combinação de fundamentos fracos e boa liquidez dos mercados locais torna o Brasil uma conveniente oportunidade de venda entre os mercados emergentes para os investidores externos, o que amplia a queda dos preços.
Segundo a Merrill Lynch, os fundamentos da economia brasileira pioraram consideravelmente, com o crescimento abaixo do esperado apesar dos substanciais incentivos fiscais e as taxas de juros historicamente baixas.
“Isso nos levou a reduzir nossas estimativas de crescimento do país de 3,6% para 2,9%para 2013”, diz o banco em relatório. O governo brasileiro hoje teria menos espaço para promover novos estímulos tanto do lado monetário quanto fiscal. Em primeiro lugar, aponta a Merrill Lynch, a relação entre crescimento e inflação se deteriorou significativamente, com os índices de preços se mantendo ao redor de 6,5%, perto do limite da meta, e o Banco Central brasileiro iniciou um ciclo de alta dos juros.
Protestos reduzem espaço para aperto fiscal
Em segundo lugar, o superávit primário do governo tem caído por conta das políticas expansionistas de gastos e o déficit fiscal nominal pode atingir 2,5% do PIB em 2013, o que deixa pouco espaço fiscal para eventuais estímulos.
O governo recentemente anunciou sua intenção de ampliar o superávit primário para 2,3% do PIB.
Porém, os fracos prospectos para o crescimento econômico e os protestos nas ruas colocam um desafio para um aperto fiscal. Outra fonte de volatilidade para o país é um crescente déficit externo de contas correntes, que pode ultrapassar 3% do PIB este ano, especialmente diante de uma redução dos fluxos de capitais para o país.
A Merrill Lynch observa que o Brasil está entre os que possuem a maior concentração de títulos externos de empresas privadas em relação aos do governo, duas vezes a do México. Portanto, a venda de títulos soberanos do governo pode ser a única forma de proteger de uma queda dos papéis ilíquidos de empresas brasileiras, colocando mais pressões de baixa sobre os títulos do governo.