Mercados

BM&FBovespa e bolsa do Chile: parceria tem efeito limitado nas ações

Movimento mostra estratégia acertada, mas que ainda agrega pouco ao balanço da bolsa brasileira

Bolsa de Santiago: mercados brasileiro e chileno ainda vão definir prazos de conectividade (Peanno/Wikimedia Commons)

Bolsa de Santiago: mercados brasileiro e chileno ainda vão definir prazos de conectividade (Peanno/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2010 às 13h36.

São Paulo – O estreitamento entre o mercado de ações brasileiro e chileno, por meio de convênio entre a BM&FBovespa (BVMF3) e a Bolsa de Comércio de Santiago anunciado na segunda-feira (13), pode ter benefícios limitados para a bolsa nacional. A ressalva foi levantada pelo mercado em análises do acordo nesta terça-feira (14).

A oportunidade de expansão dos negócios da bolsa paulista é positiva, mas deve ter dimensão restrita pelos volumes modestos da Bolsa de Santiago, afirmam os analistas Regina Longo Sanchez, Thiago Bovolenta Batista e Alexandre Spada, do Itaú BBA.  Segundo os dados da World Federation of Exchanges (WFE), o giro total das ações  da bolsa chilena chegou a 38,1 bilhões de dólares em 2009, o equivalente a 6% do giro da Bovespa no mesmo ano (626,2 bilhões de dólares).

A falta de detalhes sobre cronograma e a pendência da aprovação da parceria pelos órgãos reguladores também atrapalha a mensuração dos benefícios, diz o Itaú. “Devido às incertezas relativas a implementação deste acordo, os possíveis impactos deste empreendimento sobre as demonstrações financeiras da BM&FBovespa ainda não estão claros”, afirmam.

Ainda segundo a corretora, é pouco provável que a parceria com a bolsa chilena represente uma grande prioridade ao longo dos próximos meses, uma vez que a BM&F Bovespa se encontra em meio ao desenvolvimento de novas plataformas de negociação com a Bolsa de Chicago.

Benefícios estratégicos

Para o banco de investimentos UBS, o acordo também é “ligeiramente positivo”. Mais do que impulsionar volumes ou agregar valor de mercado, a parceria representa um passo estratégico para as intenções da BM&FBovespa em se consolidar como líder do mercado latino-americano, diz o UBS. “Mesmo que tenha tamanho restrito, a bolsa chilena é um instrumento importante para consolidar a BM&FBovespa na região”, afirma o analista Alcir Freitas.

A avaliação dos benefícios pelo Itaú BBA é semelhante: o principal dividendo da parceria não é financeiro,  e sim a utilização da bolsa chilena como ponte para as bolsas peruana e colombiana, que dividem entre si acordo de cooperação. “O acordo de hoje pode abrir caminho para futuras oportunidades de negócios envolvendo estes países”, afirmam os analistas.

O Itaú BBA reiterou a classificação de market-perform (desempenho em linha com a média do mercado) para a BVMF3, com um preço alvo para o fim de 2011 de 17,60 reais por ação. A avaliação do UBS para o papel é de “compra” e o preço-alvo calculado para os próximos doze meses é de 17 reais.

 

Acompanhe tudo sobre:AçõesAmérica LatinaAnálises fundamentalistasB3bolsas-de-valoresChileEmpresasEmpresas abertasMercado financeiroservicos-financeiros

Mais de Mercados

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol