Logotipo da gestora BlackRock: outra proposta é para que a Bovespa aprove a contratação de formadores de mercado para opções de ETF (Shannon Stapleton/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2012 às 09h37.
São Paulo - A americana BlackRock, uma das maiores gestoras independentes do mundo e líder no segmento de fundos com cotas negociadas em bolsa, os chamados “exchange traded funds” (ETFs) negocia algumas mudanças com a BM&FBovespa para esse tipo de aplicação. Uma das mudanças pedidas é na regra dos leilões de papéis na Bovespa. Pela regra atual, a bolsa coloca em leilão todo papel que ultrapassa determinado percentual de alta, para evitar eventuais tentativas de manipulação ou distorções.
Limites de oscilação
Mas a medida não teria sentido para o ETF, pois ele é uma carteira de ações líquidas, com um volume muito mais amplo do que o patrimônio do fundo, afirma Ricardo Cavalheiro, diretor da gestora. No caso do ETF de Índice Bovespa, por exemplo, o BOVA11, sua carteira abrange os papéis mais negociados e mais líquidos do mercado, o que permitiria transformar rapidamente mais ações em cotas do fundo, eliminando distorções.
Por isso, a BlackRock defende que o ETF tenha um limite de oscilação maior. A proposta está sendo submetida também à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Formador de mercado para opções de ETF
Outra proposta da BlackRock é para que a Bovespa aprove a contratação de formadores de mercado para opções de ETF, como já existe para algumas ações menos líquidas. O ETF de Ibovespa da BlackRock está hoje entre os 15 papéis mais negociados do mercado e, com o formador de opções, poderia desenvolver esse outro segmento de negociação. “Hoje já temos o mercado à vista de Ibovespa, o futuro do índice e a própria carteira do fundo para quem opera com ETFs fazer arbitragens ou hedge”, afirma Bruno Stein, diretor da BlackRock Brasil “Com mais liquidez no mercado de opções, teremos uma alternativa a mais de estratégia.”
ETF de renda fixa de IMA-B
Além da renda variável, a gestora se prepara para o lançamento de ETFs de renda fixa no Brasil, que ainda dependem da regulamentação pela CVM e de mudanças na tributação. Para isso, a BlackRock pretende usar a experiência adquirida em outros mercados da América Latina. “Lançamos recentemente uma família de ETFs de renda fixa no México e temos um projeto avançado na Colômbia, que podem servir para nosso projeto aqui” afirma Karina Saade, diretora da gestora responsável pela área de novos produtos
Para ela, provavelmente os primeiros ETFs de renda fixa devem ser de IMA-B, atrelados às Notas do Tesouro Nacional série B, corrigidas pela inflação do IPCA. Esses são os papéis preferidos hoje pelos investidores no Tesouro Direto e respondem por grande parte das aplicações dos fundos de investimento e de pensão.
A gestora opera há oito aos com ETFs de renda fixa e pode ajudar também na parte de índices internacionais, que estão em análise pela CVM.