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Bitcoin despenca e gera "choque de realidade"

"A demanda frenética por moedas com oferta limitada agora deixou investidores ingênuos de mãos vazias", disse um analista consultado pela Bloomberg

Bitcoin: queda de mais de 20% em um só dia (Getty Images/Getty Images)

Bitcoin: queda de mais de 20% em um só dia (Getty Images/Getty Images)

Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 22 de dezembro de 2017 às 11h01.

O bitcoin chegou a perder um quinto de seu valor na sexta-feira e o frenesi em torno das moedas digitais enfrentou um dos seus maiores testes até o momento.

A maior  criptomoeda do mundo chegou a recuar 21 por cento, sendo negociada por um breve momento abaixo de US$ 13.000, quando a forte queda desta semana entrou no quarto dia com impulso crescente.

Outras criptomoedas também caíram e o bitcoin cash teve declínio de 32 por cento e o ethereum perdeu 25 por cento nas últimas 24 horas, segundo o coinmarketcap.com.

As perdas representam um teste importante para o setor de criptomoedas e para a tecnologia de blockchain que o sustenta, que se popularizou rapidamente nas últimas semanas.

Os pessimistas lançam dúvidas sobre o valor dos ativos virtuais. Nesta semana, o UBS chamou o bitcoin de “a maior bolha especulativa da história”. Os otimistas argumentam que a tecnologia é um divisor de águas do mundo dos investimentos e das finanças. Ambos acompanharão atentamente o resultado da forte queda atual.

Os investidores enfrentam um “choque de realidade”, disse Stephen Innes, chefe de trading da Oanda para a região Ásia-Pacífico. “A demanda frenética por moedas com oferta limitada agora deixou investidores ingênuos de mãos vazias.”

Muitas das últimas notícias e dos movimentos do mercado relacionados às criptomoedas parecem ter características da fase maníaca de uma bolha. As ações da Long Island Iced Tea chegaram a subir 289 por cento depois que a deficitária empresa com sede em Hicksville, Nova York, mudou de nome para Long Blockchain. O presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, disse na quinta-feira que o bitcoin não funciona como um meio de pagamentos normal e que está sendo usado para especulação.

Mesmo assim, as criptomoedas estão atraindo nomes de peso. O Goldman Sachs vai criar uma mesa de trading para estabelecer mercados para moedas digitais como o bitcoin, segundo pessoas a par da estratégia. O banco pretende colocar o negócio em operação no fim de junho, ou antes, disseram duas das pessoas.

A moeda atingiu um pico de US$ 19.511 no começo deste mês e ainda continua valendo 10 vezes mais do que no começo do ano.

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