Mercados

Bitcoin continua a subir e se aproxima de US$ 17 mil

A moeda virtual, que estava abaixo de 14 mil dólares na manhã desta quinta, alcançou os 16.777,08 dólares às 16h30 GMT (14h30, de Brasília), um novo recorde

Bitcoin: o valor de mercado do bitcoin é superior ao da Coca-Cola e ao Produto Interno Bruto (PIB) de um país como a Finlândia (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

Bitcoin: o valor de mercado do bitcoin é superior ao da Coca-Cola e ao Produto Interno Bruto (PIB) de um país como a Finlândia (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

A

AFP

Publicado em 7 de dezembro de 2017 às 17h10.

O bitcoin chegou perto de alcançar os 17 mil dólares, nesta quinta-feira (7), pela primeira vez - uma alta de mais de 70% em uma semana que preocupa autoridades financeiras e surpreende analistas do mercado.

A moeda virtual, que estava abaixo de 14 mil dólares na manhã desta quinta, alcançou os 16.777,08 dólares às 16h30 GMT (14h30, de Brasília), um novo recorde histórico, segundo dados coletados pela agência Bloomberg.

Às 17h20 GMT (15h20, no horário de Brasília), contudo, seu valor voltou a cair para 15.647,94 dólares.

O bitcoin não para de bater recordes. Poucas horas antes, tinha superado pela primeira vez os 14 mil dólares. Em meados de outubro, a unidade da moeda valia 5 mil dólares.

No começo deste ano, ele era negociado por 1 mil dólares, mas seu valor se multiplicou por 15, uma escalada estimulada pelo interesse dos mercados americanos, que preveem lançar ainda neste mês contratos a prazo que vão permitir especular sobre seu preço.

Os novos produtos financeiros dão credibilidade à moeda virtual.

A bolsa de valores americana Chicago Board Options Exchange (Cboe) vai lançar novos produtos financeiros em 10 de dezembro, pouco depois da Chicago Mercantile Exchange (CME), uma das mais importantes do mundo.

Ambas as plataformas receberam sinal verde da CFTC, a comissão que regulamenta bolsas e o mercado de futuros nos Estados Unidos e que normalmente trata de matérias-primas.

A decisão também foi alvo de críticas, porém, como da associação de bolsas e produtos derivados FIA, que a considerada arriscada demais.

Como o número de bitcoins em circulação é limitado, o aumento da demanda gera automaticamente uma alta de seu valor.

A capitalização total da moeda virtual é agora de 256 bilhões de dólares, muito superior à sua concorrente Ethereum, com um valor de 40 bilhões de dólares, segundo dados do portal especializado coinmarketcap.com.

Atualmente, o valor de mercado do bitcoin é superior ao da Coca-Cola e ao Produto Interno Bruto (PIB) de um país como a Finlândia.

"A evolução do preço é excepcional e não tem equivalentes. Essa dinâmica é claramente uma bolha, só não sabemos quando vai estourar", garante Neil Wilson, analista da ETX Capital.

O bitcoin, que não tem versão física, valia apenas alguns centavos quando foi lançado, em 2009, e usa um sistema de pagamentos chamado "blockchain", que garante a segurança das transações.

Sem curso legal, a moeda não é regulada por um governo, ou banco central, mas por uma grande comunidade de internautas que a utilizam para diversas transações.

Muitos economistas, como os prêmios Nobel Joseph Stiglitz e Jean Tirole, alertaram para uma bolha que poderia estourar.

Os bancos centrais, que tradicionalmente gerem as moedas e a estabilidade financeira, também alertaram para o perigo do bitcoin.

O governador do Banco Central francês, François Villeroy de Galhau, disse que quem investe em bitcoins o faz "por sua conta e risco".

Reguladores de vários países também temem que os investidores particulares percam muito dinheiro nesta operação especialmente arriscada.

O sucesso do bitcoin é tão grande que ele também atrai a atenção de hackers. A plataforma NiceHash recentemente sofreu um roubo de cerca de 60 milhões de dólares em bitcoins, segundo vários veículos especializados.

Acompanhe tudo sobre:BitcoinCriptomoedas

Mais de Mercados

Não é só o Brasil: Argentina faz maior venda de reservas internacionais em um dia para segurar dólar

Por que a China domina o mercado de carros elétricos? 'Padrinho dos EVs' explica o motivo

Japão evita dar pistas sobre aumento dos juros e vai acompanhar os riscos à economia

Ibovespa ganha fôlego com bancos, Petrobras e Vale e fecha acima dos 121 mil pontos