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Bilionários de Davos vislumbram aumento de suas fortunas

Alguns dos mais ricos disseram que ações irão subir, taxas de juros continuarão baixas e que evitariam investir na moeda virtual Bitcoin em 2014

Aliko Dangote, a pessoa mais rica da África, fala durante um dos eventos do Fórum Econômico Mundial nesta semana, em Davos, na Suíça (Denis Balibouse/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2014 às 15h57.

Londres/Nova York - Os bilionários que participam da reunião anual do Fórum Econômico Mundial nesta semana, em Davos , Suíça, esperam estar mais ricos quando voltarem para a vila alpina no ano que vem.

Cerca de meia dúzia dos participantes mais ricos, incluindo Aliko Dangote, a pessoa mais rica da África, e o magnata irlandês das telecomunicações Denis O’Brien, disse que as ações irão subir, as taxas de juros continuarão baixas e que eles evitariam investir na moeda virtual Bitcoin em 2014.

“O mercado altista continuará, nós definitivamente dobramos a esquina”, disse Dangote, em entrevista no Congress Centre do fórum, na noite passada. “Eu acredito que será um ano totalmente novo. As coisas estão melhorando em todos os setores: bancário, fabricação de veículos, quase todos os setores. E eu penso que deixamos o mal para trás”.

Dangote está entre pelo menos 80 bilionários que se unirão aos mais de 2.500 líderes empresariais e políticos em Davos nesta semana, segundo uma lista de participantes e materiais promocionais obtidos pela Bloomberg News.

Enquanto os bilionários apostam na aceleração do crescimento e no aumento dos preços dos ativos, a desigualdade de renda está surgindo como um tema chave para a reunião anual desta semana. Um estudo lançado na semana passada pelo fórum identificou a diferença de renda como a mais provável ameaça à economia global durante a próxima década. A disparidade de riquezas -- impulsionada pela globalização e pela recente crise financeira -- ameaça produzir pobreza e distúrbio social, disse o estudo.

Os bilionários que participaram do fórum de Davos dois anos atrás disseram que a desigualdade de renda era um assunto que eles queriam discutir em meio ao movimento Ocupe Wall Street, que mirava o 1 por cento mais rico do mundo.

As pessoas mais ricas do planeta se tornaram ainda mais ricas no ano passado, somando US$ 524 bilhões à sua fortuna líquida coletiva, segundo o índice Bloomberg Billionaires, um ranking diário com os 300 indivíduos mais ricos do mundo. A riqueza líquida agregada dos maiores bilionários do mundo se manteve em US$ 3,6 trilhões no fechamento do mercado, ontem, segundo o ranking.


Enrique Razon, um bilionário dono de cassinos e terminais de carga que não faz apostas e diz que se sente mais confortável operando um guindaste portuário do que cumprimentando uma multidão de jogadores, disse que investiria US$ 100 milhões em empresas nigerianas em vez de em ações, pinturas de Picasso ou Bitcoins.

“Eu acredito que está chegando uma correção” no mercado de ações, disse ele, em um e-mail. “Não tenho certeza se isso acontecerá em 2014”.

O bilionário filipino canalizou US$ 200 milhões de seu próprio dinheiro para o Solaire Resort Casino, um complexo de apostas de US$ 1,2 bilhão com 1.200 máquinas caça-níqueis e 300 mesas de jogos que abriu em março passado. Ele também possui metade da International Container Terminal Services Inc., uma operadora portuária com ativos, por exemplo, no Brasil, em Madagascar e na Índia, que ele herdou quando o pai morreu, em 1995.

‘Melhores mentes’

“Eu vejo o mercado continuando altista”, disse o bilionário Malvinder Singh, presidente executivo da Fortis Healthcare Ltd., a segunda maior operadora de hospitais da Índia, com sede em Nova Délhi, em declaração por e-mail. “As taxas de juros continuarão baixas ao longo de 2014 enquanto os países trabalham para dar o pontapé inicial na recuperação por meio do aumento da demanda”.

Ele, que tem 41 anos de idade, vai a Davos há mais de uma década e diz que participa do fórum “para interagir com algumas das melhores mentes de todo o mundo e ter uma noção maior do que passa por suas mentes”.

Torbjorn Tornqvist, CEO da negociante de petróleo Gunvor Group Ltd., disse que continuaria investindo em ações em 2014, mirando setores de baixo desempenho, como recursos naturais.

“Os setores de petróleo e mineração têm estado muito fracos”, disse ele. “Eu prefiro investir quando as expectativas do mercado estão baixas, porque essas oportunidades voltam e voltam rapidamente”.

Assim como Singh, ele disse esperar que o fórum estimule novas ideias de investimento.

“Eu vou a Davos para ficar a uma certa distância de meu próprio negócio e com a esperança de retornar com algumas novas ideias”, disse ele. “Davos oferece um bom estímulo para o pensamento visionário e estratégico”.

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Londres/Nova York - Os bilionários que participam da reunião anual do Fórum Econômico Mundial nesta semana, em Davos , Suíça, esperam estar mais ricos quando voltarem para a vila alpina no ano que vem.

Cerca de meia dúzia dos participantes mais ricos, incluindo Aliko Dangote, a pessoa mais rica da África, e o magnata irlandês das telecomunicações Denis O’Brien, disse que as ações irão subir, as taxas de juros continuarão baixas e que eles evitariam investir na moeda virtual Bitcoin em 2014.

“O mercado altista continuará, nós definitivamente dobramos a esquina”, disse Dangote, em entrevista no Congress Centre do fórum, na noite passada. “Eu acredito que será um ano totalmente novo. As coisas estão melhorando em todos os setores: bancário, fabricação de veículos, quase todos os setores. E eu penso que deixamos o mal para trás”.

Dangote está entre pelo menos 80 bilionários que se unirão aos mais de 2.500 líderes empresariais e políticos em Davos nesta semana, segundo uma lista de participantes e materiais promocionais obtidos pela Bloomberg News.

Enquanto os bilionários apostam na aceleração do crescimento e no aumento dos preços dos ativos, a desigualdade de renda está surgindo como um tema chave para a reunião anual desta semana. Um estudo lançado na semana passada pelo fórum identificou a diferença de renda como a mais provável ameaça à economia global durante a próxima década. A disparidade de riquezas -- impulsionada pela globalização e pela recente crise financeira -- ameaça produzir pobreza e distúrbio social, disse o estudo.

Os bilionários que participaram do fórum de Davos dois anos atrás disseram que a desigualdade de renda era um assunto que eles queriam discutir em meio ao movimento Ocupe Wall Street, que mirava o 1 por cento mais rico do mundo.

As pessoas mais ricas do planeta se tornaram ainda mais ricas no ano passado, somando US$ 524 bilhões à sua fortuna líquida coletiva, segundo o índice Bloomberg Billionaires, um ranking diário com os 300 indivíduos mais ricos do mundo. A riqueza líquida agregada dos maiores bilionários do mundo se manteve em US$ 3,6 trilhões no fechamento do mercado, ontem, segundo o ranking.


Enrique Razon, um bilionário dono de cassinos e terminais de carga que não faz apostas e diz que se sente mais confortável operando um guindaste portuário do que cumprimentando uma multidão de jogadores, disse que investiria US$ 100 milhões em empresas nigerianas em vez de em ações, pinturas de Picasso ou Bitcoins.

“Eu acredito que está chegando uma correção” no mercado de ações, disse ele, em um e-mail. “Não tenho certeza se isso acontecerá em 2014”.

O bilionário filipino canalizou US$ 200 milhões de seu próprio dinheiro para o Solaire Resort Casino, um complexo de apostas de US$ 1,2 bilhão com 1.200 máquinas caça-níqueis e 300 mesas de jogos que abriu em março passado. Ele também possui metade da International Container Terminal Services Inc., uma operadora portuária com ativos, por exemplo, no Brasil, em Madagascar e na Índia, que ele herdou quando o pai morreu, em 1995.

‘Melhores mentes’

“Eu vejo o mercado continuando altista”, disse o bilionário Malvinder Singh, presidente executivo da Fortis Healthcare Ltd., a segunda maior operadora de hospitais da Índia, com sede em Nova Délhi, em declaração por e-mail. “As taxas de juros continuarão baixas ao longo de 2014 enquanto os países trabalham para dar o pontapé inicial na recuperação por meio do aumento da demanda”.

Ele, que tem 41 anos de idade, vai a Davos há mais de uma década e diz que participa do fórum “para interagir com algumas das melhores mentes de todo o mundo e ter uma noção maior do que passa por suas mentes”.

Torbjorn Tornqvist, CEO da negociante de petróleo Gunvor Group Ltd., disse que continuaria investindo em ações em 2014, mirando setores de baixo desempenho, como recursos naturais.

“Os setores de petróleo e mineração têm estado muito fracos”, disse ele. “Eu prefiro investir quando as expectativas do mercado estão baixas, porque essas oportunidades voltam e voltam rapidamente”.

Assim como Singh, ele disse esperar que o fórum estimule novas ideias de investimento.

“Eu vou a Davos para ficar a uma certa distância de meu próprio negócio e com a esperança de retornar com algumas novas ideias”, disse ele. “Davos oferece um bom estímulo para o pensamento visionário e estratégico”.

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