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BC pode não rolar swaps cambiais que vencem em março, diz Ilan

Presidente do Banco Central destacou também que a política monetária tem sido efetiva em conter a inflação e ancorar as expectativas

Ilan Goldfajn: "o câmbio flutuante não impede o BC de usar instrumentos à disposição para evitar qualquer volatilidade excessiva no mercado de câmbio" (Adriano Machado/Reuters)
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Reuters

Publicado em 31 de janeiro de 2017 às 12h39.

Última atualização em 31 de janeiro de 2017 às 12h40.

São Paulo - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn , afirmou que a autoridade monetária pode rolar parcialmente ou nem mesmo rolar os swaps cambiais com vencimento em março, indicando ainda que pode continuar usando instrumentos à sua disposição para conter a volatilidade no mercado de câmbio.

Ilan destacou também que a política monetária tem sido efetiva em conter a inflação e ancorar as expectativas.

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"Podemos rolar estoques de swaps cambiais que vencem no mês que vem (março) parcialmente, ou não rolá-los", completou. Isso fez com o que dólar devolvesse as perdas registradas mais cedo contra o real, passando a subir cerca de 0,2 por cento.

Dados do site do BC mostram que os contratos que vencerão em março somam 6,954 bilhões de dólares. O BC encerrou na véspera a rolagem integral do swap tradicional com vencimento em fevereiro, e que somava 6,431 bilhões de dólares.

Segundo ele, a redução dos estoques de swaps cambiais trouxe mais conforto, mas isso não impede a autoridade monetária de voltar a diminuí-los no futuro.

"O câmbio flutuante não impede o BC de usar instrumentos à disposição para evitar qualquer volatilidade excessiva no mercado de câmbio", destacou Ilan em evento em São Paulo.

Em sua apresentação, Ilan destacou ainda que o Brasil passa por um período de recuperação dos fundamentos econômicos, e que a política monetária dos últimos seis meses tem sido efetiva em conter a inflação e ancorar as expectativas.

A inflação ao consumidor brasileiro terminou 2016 dentro da meta do governo diante da crise econômica vivida pelo país, com alta de 6,29 por cento.

Desde o final do ano passado, o BC já reduziu a Selic em1,25 ponto percentual, para os atuais 13 por cento, e a expectativa é de novo corte de 0,75 ponto em fevereiro.

"Uma vez ancoradas as expectativas, a política monetária pode intensificar o processo de flexibilização", afirmou Ilan. "A perseverança da busca da meta de inflação abriu caminho para o atual ritmo de flexibilização da política monetária."

O presidente do BC afirmou também que ainda não foi tomada nenhuma decisão sobre a meta de inflação para 2019, o que acontecerá em junho. Para este ano e o próximo a meta é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Segundo Ilan, entretanto, no longo prazo o Brasil deve caminhar para uma meta de inflação parecida com a de outros países emergentes, de 3 por cento.

Incerteza externa

Ilan ainda citou as incertezas externas, destacando a implementação e repercussões da política econômica de países avançados, especialmente nos Estados Unidos.

Sem citar especificamente o novo presidente dos EUA, Donald Trump, Ilan destacou que "a dúvida é se o mundo vai ficar mais protecionista".

"Estamos em um momento em que o cenário econômico mundial é especialmente incerto, mas num contexto de recuperação dos fundamentos da economia brasileira", disse ele.

Ele citou ainda a normalização da política monetária nos EUA, afirmando entretanto que o Brasil está menos vulnerável a choques externos. "Juros mais altos nos EUA resultam em condições de financiamento menos favoráveis em emergentes."

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