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Barclays aposta em ações da OGX

Em relatório, banco também avisa que o pré-sal será um fardo pesado para a Petrobras

Plataforma de petróleo da Petrobrás: para os analistas, o pré-sal é “benéfico para o Brasil (...) e um fardo para a Petrobras” (Divulgação/Petrobrás)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2013 às 08h30.

São Paulo - Os analistas do banco britânico Barclays iniciaram hoje a cobertura de seis empresas do setor de petróleo e gás da América Latina. Em relatório enviado a clientes, o banco afirma que OGX é sua principal escolha para investimentos, e avisa que o pré-sal ainda será um fardo pesado para a Petrobras.

Embora OGX ainda seja quase totalmente pré-operacional, seus papéis são a principal escolha do banco. Segundo os analistas André Fagundes e Filipe Gouveia, que assinam o relatório, o mercado ainda não incluiu no preço das ações o forte potencial de produção que a companhia de Eike Batista tem.

De acordo com o relatório, a OGX tem um “portfólio de exploração bem diversificado, mas com um preço avaliado atualmente perto de zero”. Os analistas veem o preço dos papéis em trajetória de ascensão, sobretudo à medida que a companhia for concluindo a certificação de suas reservas, o que deve acontecer ao longo de 2013.

Depois dos prós, um contra

O principal risco para quem pensa em investir em OGX é, segundo os analistas do Barclays, a dificuldade da empresa em se comunicar com o mercado, sobretudo a respeito de suas estimativas de produção.

Em 2012, as ações da OGX foram punidas pelo mercado justamente por causa de projeções mais do que otimistas de produção que não foram alcançadas. No dia 27 de junho, a empresa informou ao mercado de que a produção nos dois primeiros poços da Bacia de Campos atingiu um terço do que era esperado. Naquele dia, as ações da OGX caíram 25,33%.

Mas, para Fagundes e Gouveia, analistas do Barclays, “a empresa aprendeu com seus erros e tem trabalhado duro para aumentar sua transparência ao se comunicar com o mercado e recuperar a confiança dos investidores”.


A recomendação do Barclays para os papéis da OGX é de compra. O preço justo estimado pelos analistas para o final de 2013 é de R$ 7,00 por ação. O papel era cotado hoje na BMFBovespa em R$ 4,77.

O fardo da Petrobras

A Petrobras é uma das seis companhias de petróleo e gás que passam a ser acompanhadas pelos analistas do Barclays. Segundo eles, a empresa tem pela frente um grande fardo. Ele pode ser descrito de diversas maneiras, mas resumido em uma palavra: governo.

Além do conhecido imbróglio em que a estatal sempre se envolve quando há algum reajuste de preços de combustíveis no horizonte (a propósito, os analistas acreditam que a gasolina deve ficar mais cara ainda em janeiro), ela ainda vai sofrer quando chegar a hora dos leilões de licitação para exploração de petróleo na camada pré-sal.

Para os analistas, o pré-sal é “benéfico para o Brasil, neutro para a maioria dos participantes (no processo de licitação) e um fardo para a Petrobras”. A estatal tem a obrigação, perante o governo brasileiro, de explorar pelo menos 30% de toda a área do pré-sal. O problema, segundo o Barclays, é que, ao fazer isso, ela será obrigada a aceitar uma taxa de retorno provavelmente baixa, a mesma recebida pela empresa que fizer a melhor oferta e vencer o leilão de licitação.

A recomendação dos analistas para as ações da Petrobras é neutra. O preço justo estimado para as ações ordinárias da estatal é de R$ 20,00 e para as preferenciais R$ 19,00. As ações estavam cotadas na bolsa hoje a R$ 19,99 e R$ 19,66, respectivamente.

No quadro abaixo, os analistas dão notas para diferentes aspectos importantes para a avaliação das seis empresas de petróleo e gás da América Latina citadas no relatório. As notas variam de 1 a 5. Na categoria “risco político”, Petrobras aparece com a pior avaliação.

EmpresaRisco PolíticoCrescimento da ProduçãoPotenciais fatores de altaQualidade do portfólioMaturidade da CompanhiaFinanciamento
PRE442334
OGX433323
QGEP423323
Ecopetrol433343
Petrobras114452
HRT402212

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São Paulo - Os analistas do banco britânico Barclays iniciaram hoje a cobertura de seis empresas do setor de petróleo e gás da América Latina. Em relatório enviado a clientes, o banco afirma que OGX é sua principal escolha para investimentos, e avisa que o pré-sal ainda será um fardo pesado para a Petrobras.

Embora OGX ainda seja quase totalmente pré-operacional, seus papéis são a principal escolha do banco. Segundo os analistas André Fagundes e Filipe Gouveia, que assinam o relatório, o mercado ainda não incluiu no preço das ações o forte potencial de produção que a companhia de Eike Batista tem.

De acordo com o relatório, a OGX tem um “portfólio de exploração bem diversificado, mas com um preço avaliado atualmente perto de zero”. Os analistas veem o preço dos papéis em trajetória de ascensão, sobretudo à medida que a companhia for concluindo a certificação de suas reservas, o que deve acontecer ao longo de 2013.

Depois dos prós, um contra

O principal risco para quem pensa em investir em OGX é, segundo os analistas do Barclays, a dificuldade da empresa em se comunicar com o mercado, sobretudo a respeito de suas estimativas de produção.

Em 2012, as ações da OGX foram punidas pelo mercado justamente por causa de projeções mais do que otimistas de produção que não foram alcançadas. No dia 27 de junho, a empresa informou ao mercado de que a produção nos dois primeiros poços da Bacia de Campos atingiu um terço do que era esperado. Naquele dia, as ações da OGX caíram 25,33%.

Mas, para Fagundes e Gouveia, analistas do Barclays, “a empresa aprendeu com seus erros e tem trabalhado duro para aumentar sua transparência ao se comunicar com o mercado e recuperar a confiança dos investidores”.


A recomendação do Barclays para os papéis da OGX é de compra. O preço justo estimado pelos analistas para o final de 2013 é de R$ 7,00 por ação. O papel era cotado hoje na BMFBovespa em R$ 4,77.

O fardo da Petrobras

A Petrobras é uma das seis companhias de petróleo e gás que passam a ser acompanhadas pelos analistas do Barclays. Segundo eles, a empresa tem pela frente um grande fardo. Ele pode ser descrito de diversas maneiras, mas resumido em uma palavra: governo.

Além do conhecido imbróglio em que a estatal sempre se envolve quando há algum reajuste de preços de combustíveis no horizonte (a propósito, os analistas acreditam que a gasolina deve ficar mais cara ainda em janeiro), ela ainda vai sofrer quando chegar a hora dos leilões de licitação para exploração de petróleo na camada pré-sal.

Para os analistas, o pré-sal é “benéfico para o Brasil, neutro para a maioria dos participantes (no processo de licitação) e um fardo para a Petrobras”. A estatal tem a obrigação, perante o governo brasileiro, de explorar pelo menos 30% de toda a área do pré-sal. O problema, segundo o Barclays, é que, ao fazer isso, ela será obrigada a aceitar uma taxa de retorno provavelmente baixa, a mesma recebida pela empresa que fizer a melhor oferta e vencer o leilão de licitação.

A recomendação dos analistas para as ações da Petrobras é neutra. O preço justo estimado para as ações ordinárias da estatal é de R$ 20,00 e para as preferenciais R$ 19,00. As ações estavam cotadas na bolsa hoje a R$ 19,99 e R$ 19,66, respectivamente.

No quadro abaixo, os analistas dão notas para diferentes aspectos importantes para a avaliação das seis empresas de petróleo e gás da América Latina citadas no relatório. As notas variam de 1 a 5. Na categoria “risco político”, Petrobras aparece com a pior avaliação.

EmpresaRisco PolíticoCrescimento da ProduçãoPotenciais fatores de altaQualidade do portfólioMaturidade da CompanhiaFinanciamento
PRE442334
OGX433323
QGEP423323
Ecopetrol433343
Petrobras114452
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