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Banco Máxima diz que pior da bolsa já passou

Segundo diretor da corretora do banco, a menos que a inflação ou o dólar saiam do controle, a bolsa deve começar “a andar de lado, mas com tendência de alta”


	Operadores da Bovespa: segundo diretor do banco, o Ibovespa deve fechar o ano entre 51 mil e 52 mil pontos
 (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Operadores da Bovespa: segundo diretor do banco, o Ibovespa deve fechar o ano entre 51 mil e 52 mil pontos (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2013 às 18h08.

São Paulo - Depois de um semestre com mais de 20% de perdas no Índice Bovespa, o pior parece ter ficado para trás, segundo José Costa, diretor da corretora do Banco Máxima. De acordo com ele, a menos que a inflação ou o dólar saiam do controle, a bolsa deve começar “a andar de lado, mas com tendência de alta”. Segundo ele, o Ibovespa deve fechar o ano entre 51 mil e 52 mil pontos.

Um dos indícios de que a situação está mudando, segundo o executivo, é a queda contínua de posições vendidas em contratos futuros de Ibovespa. Ao operar vendido, o investidor está apostando na queda do índice. Os volumes desse tipo de operação, feita principalmente por investidores estrangeiros, passava dos 120 mil contratos futuros de Ibovespa vendidos. “Agora estamos com mais ou menos 40 mil”, explica Costa.

De acordo com ele, a impressão é que os estrangeiros – que são, na prática, quem define o rumo da bolsa brasileira, pelo volume que operam – , estão voltando a ver espaço para lucros no mercado local.

Costa diz que tem observado o aumento do apetite dos investidores estrangeiros por ações de grandes empresas brasileiras. “Entre 80% e 90% das ordens de compra de ações feitas por estrangeiros vêm de corretoras ligadas a instituições de fora do Brasil”, explica. “Temos olhado esse movimento e vemos uma maior presença dos estrangeiros em ações ordinárias (com direito a voto) de grandes companhias, como Vale, Petrobras, Bradesco e Itaú Unibanco.”

EUA ditam o ritmo

De acordo com o diretor da Máxima Corretora, a grande questão para os investidores é quando o Federal Reserve (banco central americano) começará a retirar os estímulos à economia dos Estados Unidos. Atualmente, o Fed recompra todo mês até US$ 85 bilhões em títulos públicos e privados, para injetar liquidez e estimular o mercado.

Embora a economia dos EUA já dê sinais de recuperação, o banco central ainda não deixou claro o momento em que vai começar a tirar o pé do acelerador e reduzir o volume de recompras. Quando isso acontecer, a tendência é que os juros no país comecem a subir, atraindo de volta os investimentos que haviam saído do país em busca de ganhos nos mercados emergentes. Esse movimento deve levar a uma alta generalizada do dólar frente a moedas estrangeiras.

Costa não vê um movimento brusco de alta do dólar frente ao real, mas afirma que o ponto de equilíbrio entre as duas moedas está mais perto de R$ 2,30 do que de R$ 2,00. “O governo tem dado muitos sinais nesse sentido”, avalia. Essa situação dá aos investidores oportunidade de ganhar com ações de empresas que se beneficiam com um dólar mais valorizado, ou que sofreram muito em dias de dólar a R$ 1,60.

Oportunidades

Empresas exportadoras são, evidentemente, as que mais ganham no cenário de dólar valorizado, porque se tornam mais competitivas no mercado externo. Os destaques, segundo Costa, são empresas como a Souza Cruz, a Fibria, a Braskem e a Vale, bastante expostas ao mercado externo.

Há ainda empresas que foram prejudicadas em tempos de dólar mais baixo, como a Usiminas. “Com o dólar em torno de R$ 1,60, ficava mais barato importar das siderúrgicas chinesas, por exemplo, do que comprar da Usiminas”, explica. Segundo ele, com o câmbio no patamar atual, companhias como a Usiminas voltam a ganhar espaço no mercado interno, uma vez que os produtos importados encarecem.

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